INVESTIGAÇÕES

Milícia que controla área de desabamentos no Rio é suspeita na morte de Marielle

A comunidade da Muzema era controlada pelo major da Polícia Militar Ronald Alves e pelo ex-capitão do Bope Adriano Magalhães da Nóbrega. Eles eram suspeitos de chefiarem o grupo armado apontado responsável pelo assassinato da vereadora

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Publicado em 12/04/2019 às 17:34
Foto: CARL DE SOUZA / AFP
A comunidade da Muzema era controlada pelo major da Polícia Militar Ronald Alves e pelo ex-capitão do Bope Adriano Magalhães da Nóbrega. Eles eram suspeitos de chefiarem o grupo armado apontado responsável pelo assassinato da vereadora - FOTO: Foto: CARL DE SOUZA / AFP
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A comunidade da Muzema, onde ficam os dois prédios que desabaram na manhã desta sexta-feira (12) era controlada pelo major da Polícia Militar Ronald Alves Pereira e pelo ex-capitão do Batalhão de Operações Especiais (Bope) Adriano Magalhães da Nóbrega. Pereira foi preso em janeiro, na operação Intocáveis, do Ministério Público e da Polícia Civil. Já Nóbrega conseguiu escapar e segue foragido.

Os dois eram denunciados por grilagem e exploração imobiliária ilegal nas comunidades de Rio das Pedras e Muzema, na zona oeste do Rio de Janeiro, mas também eram suspeitos de chefiarem o Escritório do Crime, o grupo armado apontado responsável pelo assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL), em março do ano passado.

Adriano da Nóbrega trabalhou no 18º Batalhão da PM com Fabrício Queiroz, o ex-assessor de gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) investigado por lavagem de dinheiro. A mãe e a filha de Nóbrega trabalhavam no gabinete do filho do presidente e teriam sido contratadas por Queiroz.

De acordo como Ministério Público, Nóbrega dirigia o esquema de construção civil ilegal nessas comunidades. Pereira, por sua vez, foi denunciado por comandar negócios ilegais da milícia, entre eles, grilagem de terra e agiotagem.

Vítimas

O desabamento nesta sexta deixou ao menos três mortes e dez feridos. Segundo a prefeitura do Rio, as construções eram irregulares e tiveram as obras interditadas em novembro de 2018. O Corpo de Bombeiros teria uma lista de 17 pessoas desaparecidas Outros prédios vizinhos também correm risco de queda.

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