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Deslocamento de talude em Barão de Cocais é de 33,4 cm por dia

O último boletim foi divulgado na última quinta-feira (30)

De agências
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Publicado em 01/06/2019 às 11:44
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O último boletim foi divulgado na última quinta-feira (30) - FOTO: Foto: Reprodução
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O descolamento do talude da mina de Gongo Soco da Vale, em Barão de Cocais, Região Central de Minas Gerais, atingiu neste sábado, 1º, por volta das 7 horas, 33,4 centímetros por dia, segundo informou a Agência Nacional de Mineração (ANM).

O último boletim da agência foi divulgado no dia 30 e mostrava que até às 12 horas da quinta-feira (30) a velocidade de deformação na porção interior do talude norte havia atingido 24,6 centímetros por dia, subindo a dois metros desde o fim do ano passado.

Na última sexta-feira (31), no entanto, parte de uma das paredes do talude se desprendeu, mas a Barragem Sul Superior, que fica a uma distância de 1,5 quilômetro da Mina Gongo Soco, não foi afetada, segundo a Vale.

Paredões 

Taludes são planos de terreno inclinados, espécies de paredões que cercam a chamada cava da mina, ou seja, a escavação no terreno. O talude serve para garantir a estabilidade do terreno escavado. Sua queda pode provocar o rompimento de uma barragem, seja ao atingi-la, seja pela vibração no terreno decorrente da queda. No caso da mina de Gongo Soco, a barragem Sul Superior está a pouco mais de um quilômetro de distância do talude que ameaça ruir em breve.

Em nota, a Vale afirmou que os fragmentos do talude que se soltaram nesta madrugada se acomodaram no fundo da cava. A empresa assegurou que as primeiras avaliações indicam que o material está deslizando de forma gradual, reforçando as estimativas de que o desprendimento do paredão ocorra “sem maiores consequências”.

“A cava e a barragem Sul Superior, que fica a 1,5 km da mina, seguem com monitoramento 24 horas por dia de forma remota, com o uso de radar e estação robótica capazes de detectar movimentações milimétricas, além de sobrevoos com drone. A barragem está em nível 3 [de risco] desde 22 de março e a Zona de Autossalvamento (ZAS) já havia sido evacuada preventivamente em 8 de fevereiro”, asseguro a Vale, na nota em que garante estar prestando todas as informações às autoridades e à população de Barão de Cocais.

Receio

Dcumentos da própria Vale divulgado pelo Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG) no último dia 16 sugeriam a possibilidade do talude da mina de Gongo Soco ceder até o sábado passado (25). O receio é de que a barragem se rompa com a queda do talude e atinja Barão de Cocais e outras cidades próximas, como Santa Bárbara e São Gonçalo do Rio Abaixo. O Rio Doce também pode ser atingido, segundo informou a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais (Semad).

No último dia 17, o diretor da Agência Nacional de Mineração (ANM), Eduardo Leão, já havia declarado que o talude de Gongo Soco certamente desmoronaria. “Isso é um fato”, disse Leão, ao anunciar a interdição e a suspensão das atividades do complexo minerário e explicar que, até que o talude ceda, apenas operações seguras para tentar recuperar a estabilidade das estruturas poderiam ser realizadas. “O que estamos fazendo agora é minimizando os riscos, evitando que pessoas transitem dentro da cava ou que sejam atingidas”, disse o diretor na ocasião.

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