O Ministério das Relações Exteriores divulgou na noite desta quarta-feira (04) nota em que diz que recebeu com indignação as declarações feitas pela alta comissária das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos e ex-presidente do Chile, Michelle Bachelet.
ONU
Em entrevista em Genebra, na Suíça, na manhã desta quarta-feira, a representante da ONU disse que ocorreu uma ''redução do espaço democrático'' no Brasil e falou sobre a violência policial no país. ''Vimos uma alta em violência da polícia, em meio de um discurso público que legitima execuções sumárias e uma falta de responsabilização.'' Bachelet também comentou as queimadas na Amazônia.
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Itamaraty
Em nota, o Itamaraty destaca que o Brasil se orgulha da ''solidez e da resiliência de sua democracia'' e que o país demonstrou notável ''estabilidade institucional'' que o fez ultrapassar graves julgamentos sobre corrupção. A nota acrescenta que o presidente Jair Bolsonaro foi eleito democraticamente com mais de 57 milhões de votos e recebeu mandato da população para ''garantir seu pleno exercício do direito à vida, à segurança, à integridade física e à propriedade, entre outros''.
Mais cedo, por meio de suas redes sociais, o presidente Jair Bolsonaro disse que a alta comissária da ONU fazia comentários desnecessários sobre a política interna brasileira.
Confira no Twitter:
- Michelle Bachelet, Comissária dos Direitos Humanos da ONU, seguindo a linha do Macron em se intrometer nos assuntos internos e na soberania brasileira, investe contra o Brasil na agenda de direitos humanos (de bandidos), atacando nossos valorosos policiais civis e militares. pic.twitter.com/0WT7vxgN9R
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) 4 de setembro de 2019
Ao abordar a violência policial, a nota destaca que nos quatro primeiros meses de 2019, as taxas de homicídios dolosos e latrocínios no Brasil caíram 21,2% e que há outras medidas para ampliar a capacidade do governo de se defender da contra a violência. ''O espaço cívico e democrático encontra-se vivo e em expansão no Brasil'', diz o texto.
Sobre as queimadas na região da Amazônia, a nota reforça que os incêndios são fenômeno sazonal frequente durante a estação seca e que estão próximos à média dos últimos 20 anos. ''A Alta Comissária também parece desconsiderar as ações do Governo brasileiro, como a mobilização das Forças Armadas, para combater os focos de incêndio. Essas medidas evidenciam o engajamento do país em favor da Amazônia e do desenvolvimento sustentável da região. A Operação Verde Brasil conta, até o momento, com efetivo de mais de 4.500 pessoas, cerca de 250 viaturas e 11 aeronaves. Ao todo, as Forças Armadas mantêm contingente de 43 mil militares mobilizados para atuar na região amazônica, conforme a necessidade''.
Ao final, a nota reforça que a ONU deveria concentrar esforços em questões mais urgente, evitando precipitações sobre a política interna do Brasil país ''onde os três poderes funcionam em absoluta independência e vigora o pleno Estado de Direito.''