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Bienal do Livro no Rio de Janeiro passa por vistoria

Segundo o subsecretário operacional da Secretaria Municipal de Ordem Pública, a vistoria foi para buscar ''material pornográfico''

JC Online
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Publicado em 06/09/2019 às 15:09
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Segundo o subsecretário operacional da Secretaria Municipal de Ordem Pública, a vistoria foi para buscar ''material pornográfico'' - FOTO: Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
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A Bienal do Livro no Rio de Janeiro passou por vistoria no início da tarde desta sexta-feira (6). Ao todo, dez funcionários da Secretaria Municipal de Ordem Pública (Seop) estiveram no local para vistoriar, segundo o subsecretário operacional da Seop, Wolney Dias, "em busca de material pornográfico".

"A prefeitura tem poder de polícia para isso", disse Dias. "Se o material não estiver seguindo as recomendações, ele será recolhido. Estamos seguindo a orientação da procuradoria da prefeitura. Eu não entendo que haja censura. Se for material pornográfico, oferecido sem as normas, será recolhido", concluiu.

Censura

O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, mandou censurar a história em quadrinhos "Vingadores: A cruzada das crianças" da Bienal do Livro do Rio de Janeiro. A HQ mostra, em uma das páginas, a imagem de dois rapazes se beijando.

Polêmica

A ação da prefeitura gerou polêmica e editoras se manifestaram contra a vistoria. "A Todavia vem a público repudiar toda e qualquer forma de censura. Repudia também a ideia de que existam livros impróprios. A fiscalização de livros remete a uma era sombria de nossa história, e seguiremos publicando e vendendo livros que exprimem nossa visão plural do mundo e do Brasil, direito esse amparado pela Constituição", escreveu a editora Todavia no Instagram.

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Diante da censura feita por Marcelo Crivella, prefeito do Rio de Janeiro, ao quadrinho “Vingadores: A Cruzada das Crianças” e da fiscalização para identificar livros considerados “impróprios” na Bienal do Livro Rio, a Companhia das Letras manifesta seu repúdio a todo e qualquer ato de censura e se posiciona, mais uma vez, a favor da liberdade de expressão. “Ficamos orgulhosos com a posição da organização da Bienal do Rio em defesa da liberdade de expressão e da diversidade. Ela mostra com dignidade a vocação e vontade dos editores. Posturas como a do prefeito Marcelo Crivella e do governador João Doria – que recentemente mandou recolher uma apostila escolar que falava sobre diversidade sexual – tentam colocar a sociedade brasileira em tempos medievais, quando as pessoas não tinham a liberdade de expressar suas identidades. Eles desprezam valores fundamentais da sociedade e tentam impedir o acesso à informação séria, que habilita os jovens a entrar na fase adulta mais preparados para uma vida feliz. Essas medidas, mais a suspensão do edital que daria apoio a produção de filmes LGBTQ+ por parte do governo federal, indicam uma perigosa ascensão do clima de censura no país – flagrantemente inconstitucional – e que traz a marca de um indesejável sentimento de intolerância discriminatória”, diz Luiz Schwarcz, CEO e fundador da Companhia das Letras #leiacomorgulho

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