Os peritos da Polícia Civil constataram neste sábado (14) que o incêndio que matou 11 pessoas na última quinta-feira (12), no Hospital Badim, no Rio de Janeiro, começou no gerador de energia da unidade. Eles estiveram neste no subsolo do prédio incendiado e recolheram peças do equipamento.
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Aprofundamento das investigações
Segundo os peritos, é preciso, no entanto, esperar que a empresa responsável pela manutenção dos geradores retire uma peça específica do equipamento. Essa peça será levada ao laboratório do Instituto de Criminalística Carlos Éboli, da Polícia Civil, e analisada, para que se conheça a causa do incêndio.
“Sabemos que o problema foi no gerador. Vai ser feito um estudo mais aprofundado para saber a manutenção e como se deu esse problema, que gerou o incêndio”, disse o delegado responsável pela investigação, Roberto Ramos, da Delegacia da Praça da Bandeira (18ª DP).
Próximos passos
Segundo ele, ainda não é possível apontar responsáveis pelo incêndio e será preciso colher depoimentos. “Inicialmente, nossa preocupação era constatar essa perícia de maneira eficaz. Pessoas serão ouvidas na segunda-feira”, afirmou. “Vamos ouvir todo mundo que for necessário para as investigações”.
O incêndio
Um incêndio no Hospital Badim, no Maracanã, Zona Norte do Rio de Janeiro, ocorrido no início da noite da quinta-feira, 12, provocou a morte de ao menos onze pessoas. Informações sobre a identidade das vítimas não foram reveladas. As buscas dos Corpos de Bombeiros já foram encerradas.
O incêndio foi provocado por um curto-circuito em um gerador, segundo o vice-governador do Rio, Claudio Castro (PSC). Quando as chamas se espalharam pelo prédio do hospital, dezenas de pacientes começaram a ser retirados às pressas. Muitos deles ficaram aguardando remoção na calçada, para desespero de familiares. Castro afirmou que 69 pessoas que estavam internadas foram conduzidas para outros hospitais.
Ao todo, 103 pacientes estavam internados na unidade. O Badim informou que nenhum dos 224 funcionários de plantão na hora morreu.
Os 11 nomes divulgados
- Maria Alice Teixeira da Costa, 75 anos
- Luzia dos Santos Melo, 88 anos
- Virgílio Claudino da Silva, 66 anos
- Ana Almeida do Nascimento, 95 anos
- Irene Freitas, 83 anos
- Berta Gonçalves Berreiros Sousa, 93 anos
- Marlene Menezes Fraga, 85 anos
- Alayde Henrique Barbieri, 96 anos
- Darcy da Rocha Dias, 88 anos
- José Costa de Andrade, 79 anos
- Ivone Cardoso, idade ainda não divulgada
Todas as vítimas eram idosas e tinham mais de 66 anos. Segundo o IML, a maioria morreu por asfixia e não há corpos carbonizados. Os equipamentos aos quais muitas dessas vítimas estavam ligadas deixaram de funcionar no momento do incêndio. A diretora do IML, Gabriela Graça, confirmou que a maioria morreu por asfixia. E disse que os equipamentos que mantinham pacientes vivos deixaram de funcionar na hora do incêndio. "São descompensações das doenças que as pessoas tinham, relacionadas aos aparelhos que as mantinham vivas e deixaram de funcionar em razão do incêndio", disse.