Guerra das Malvinas - 30 anos

Governo Dilma reforça apoio ao pleito argentino

Chanceler brasileiro diz que o país age em conformidade com a Unasul e o Mercosul

Wagner Sarmento
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Wagner Sarmento
Publicado em 02/04/2012 às 7:13
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O governo de Dilma Rousseff endossou, este ano, a posição que o Brasil mantém desde 1833. No dia 18 de janeiro, durante a visita do chanceler britânico, William Hague, ao Brasil, o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, reforçou que apoia a reivindicação da Argentina pela soberania das Ilhas Malvinas. Patriota ainda reafirmou que embarcações com bandeiras das Falklands – nome dado pelos britânicos – serão barradas em portos brasileiros. A decisão, segundo ele, ocorre em conformidade com os países do Mercado Comum do Sul (Mercosul), da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) e da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).

“As decisões do Mercosul e da Unasul são conhecidas e nem sequer é necessário ratificá-las”, declarou o chanceler brasileiro, na ocasião. Ao lado de Hague, Patriota disse que apoia a Resolução 2065, aprovada em 1965 pela Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), que pede uma negociação entre argentinos e britânicos para definir uma solução para as Malvinas.

Há duas semanas, Patriota voltou ao falar sobre o assunto, em encontro desta vez com o chanceler argentino, Héctor Timerman, em São Paulo. “Reafirmo nosso firme e inequívoco apoio à reivindicação pela soberania das Malvinas”, declarou. Timerman agradeceu ao Brasil pelo apoio “constante e sincero” e acusa os britânicos de militarizar o Atlântico Sul. O Reino Unido devolve a acusação.

Às vésperas do 30º aniversário da guerra, Reino Unido e Argentina voltaram a trocar farpas sobre as ilhas. O acirramento recente decorre, em muito, do fato de companhias britânicas terem iniciado, em 2010, operações de exploração de petróleo nas águas da região. Estima-se que haja na área 8,3 bilhões de barris do combustível. O livro La questión Malvinas en el marco del bicentenario, do cientista político argentino Agustín M. Romero, professor da Universidade de Buenos Aires (UBA), cita que Margaret Thatcher já sabia do potencial petrolífero das Malvinas na época da guerra.

“Até 1982, 13 informes científicos internacionais assinalavam a importância petrolífera da bacia da qual as Malvinas fazem parte. A reação de Thatcher não se deveu, então, apenas a um distúrbio hormonal momentâneo causado pela ousadia aborígene em um momento de debilidade política”, escreveu Romero.

 

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