Cinco pessoas, aparentemente sobreviventes do naufrágio mais grave de imigrantes no Mediterrâneo, segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM), que teme até 500 desaparecidos na tragédia, estão na ilha grega de Creta.
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Os sobreviventes são três palestinos, um egípcio e uma síria. O grupo também tinha uma menina que tem entre 18 meses e dois anos de idade, provavelmente síria.
A criança está internada em "estado crítico" no hospital de Heraklion, a capital da ilha do sul da Grécia, para onde os sobreviventes foram levados na sexta-feira à noite, segundo a polícia.
Uma fonte policial afirmou à AFP que os sobreviventes receberam permissão de estadia de seis meses para quatro deles e de três meses para o egípcio.
Um colaborador da OIM em Creta começou a ouvir o depoimento dos sobreviventes sobre o naufrágio, afirmou à AFP Daniel Esdras, representante da organização na Grécia.
Dezenas de palestinos da Faixa de Gaza estavam a bordo do barco que transportava quase 500 pessoas e naufragou na semana passada no Mediterrâneo.
"Nós acreditamos que 15 (palestinos de Gaza) que tentavam emigrar para a Itália morreram afogados e que dezenas continuam na lista de desaparecidos", declarou Fayez Abu Eita, porta-voz do Fatah em Gaza.
Segundo os depoimentos de dois sobreviventes palestinos de 27 e 33 anos, interrogados pela OIM na Itália, um barco que partiu do Egito com 500 pessoas a bordo afundou na quarta-feira, depois de um ato de sabotagem de outra embarcação, de traficantes.
De acordo com os depoimentos, os traficantes obrigaram os imigrantes a trocar várias vezes de embarcação. Na quarta-feira, pediram que saltassem para um barco menor e mais precário.
Quando os passageiros se rebelaram, os traficantes, que estavam em outra embarcação, avançaram contra o barco dos imigrantes, que sofreu o naufrágio.