O bispo espanhol Álvaro del Portillo, que dirigiu o Opus Dei de 1975 até sua morte, em 1994, será beatificado no sábado em uma grande missa em Madri presidida por um enviado do papa Francisco, informou esta instituição católica.
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Del Portillo, braço-direito do fundador do Opus Dei, o santo espanhol Josemaria Escrivá de Balaguer, a quem sucedeu após sua morte, em 1975, será reconhecido pela cura do menino chileno José Ignacio Ureta Wilson, considerada um milagre pelo Vaticano.
Depois de sofrer em 2003, pouco depois de nascer, uma longa parada cardíaca e uma forte hemorragia, o bebê se curou de forma inesperada depois que seus pais rezaram a Álvaro del Portillo, explicou a instituição, que prevê uma grande cerimônia de beatificação.
"Previmos 150.000 pessoas", afirmou uma porta-voz, declarando que mais de 40.000 chegarão à Espanha procedentes de 80 países.
Uma grande avenida em Valdebebas, um bairro na periferia de Madri, será fechada para acolher os fiéis, diante de um palco sobre o qual o cardeal Angelo Amato, prefeito da congregação do Vaticano para as Causas dos Santos, presidirá a missa.
Vários telões permitirão acompanhar a cerimônia, que será celebrada na cidade natal de Álvaro del Portillo, que passou grande parte de sua vida em Roma, onde se encontra a sede central do Opus Dei.
"Normalmente as beatificações são feitas o local de nascimento do beato ou de vida do beato", explicou a porta-voz.
Fundado em 1928 por Escrivá de Balaguer, o Opus Dei - a Obra de Deus, em latim - tem como missão difundir a fé católica na vida cotidiana através do trabalho de seus fiéis.
Presente nos cinco continentes, a instituição reivindica ter 90.000 membros - mais de 30.000 na Espanha -, 18% dos quais praticam o celibato, apesar de serem seculares.
Muito influente na Espanha da ditadura franquista (1936-1975), o Opus Dei é conhecido por sua oposição ferrenha a questões como o aborto, a eutanásia, ou as relações sexuais antes do casamento e pelo modo de vida rígido de seus membros.
Viveu um apogeu durante o pontificado de João Paulo II (1978-2005), que beatificou Escrivá de Balaguer em 1992, para canonizá-lo apenas dez anos depois.