A coalizão anti-jihadista liderada pelos Estados Unidos ampliou neste sábado seus ataques na Síria e no Iraque, cujo território é sobrevoado por caças britânicos, prontos a atacar o grupo Estado Islâmico (EI).
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Esses novos ataques aéreos liderados por caças americanos, mas que também tiveram a participação da Jordânia, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, atingiram sete alvos na Síria, segundo o comando americano para o Oriente Médio e Ásia Central (Centcom).
Os ataques na Síria, que começaram na terça-feira após ataques semelhantes realizados desde agosto no Iraque, são hoje conduzidos "quase continuamente", segundo uma autoridade americana, que não quis se identificar.
Neste sábado, um edifício utilizado pelo EI e dois veículos armados foram atingidos na região da cidade curda de Aïn al-Arab (Kobane em curdo), no norte da Síria. O avanço dos jihadistas nesta cidade obrigou 160.000 pessoas a se refugiar na Turquia.
E na província de Raqa (norte), considerada reduto do grupo extremista sunita, "um aeroporto controlado pelo EI, uma caserna e um campo de treinamento foram atingidos" pelos ataques da coalizão, segundo o Centcom.
De acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), outros ataques foram direcionados pela primeira vez na província de Homs, enquanto se concentravam até então principalmente no leste e norte do país, onde o EI controla extensas áreas.
As muitas atrocidades, incluindo a decapitação de estrangeiros, cometidas pelo EI em áreas sob seu controle levaram os Estados Unidos a criar uma coalizão internacional para "destruir (...) a rede da morte", nas palavras do presidente Barack Obama.
Reino Unido atacará no Iraque
Esta aliança recebeu um reforço de peso na sexta-feira com a decisão do Reino Unido de atacar os jihadistas no Iraque, onde apenas os Estados Unidos e a França têm atuado.
Desde este sábado, caças Tornado da Royal Air Force (RAF) sobrevoam o território iraquiano, prontos para atacar posições do grupo Estado Islâmico.
Os aviões, que decolaram da base de Akrotiri, no Chipre, "sobrevoam o Iraque e estão prontos para serem utilizados em combate" se alvos forem identificados, informou o ministério da Defesa em um comunicado.
Dinamarca e Bélgica também decidiram participar da coalizão, enviando seus caças F-16 para futuros ataques no Iraque.
Além disso, neste sábado, o Irã anunciou que atacará os jihadistas do Estado Islâmico caso se aproximem de sua fronteira.
"Se o grupo terrorista Daesh (acrônimo em árabe do Estado Islâmico) se aproximar de nossa fronteira, nós atacaremos no território iraquiano e não permitiremos que se aproximem de nossa fronteira", declarou o general Ahmad Reza Purdastab.
O grupo ultrarradical controla amplos setores nas cinco províncias iraquianas, incluindo em Diyala, no leste, na fronteira com o Irã.
O Irã xiita, aliado do governo iraquiano e muito hostil aos extremistas sunitas do EI, afirma apoiar o governo de Bagdá e as forças curdas iraquianas em seu combate aos jihadistas. Armas e conselheiros militares foram enviados por Teerã.
Na sexta-feira a coalizão atacou na Síria instalações petroleiras controladas pelos jihadistas na província de Deir Ezor (leste), um centro de comando do EI, próximo a Al Mayadin, na mesma província, assim como a instalações petroleiras e a uma base dos jihadistas na província de Hasaka (nordeste).
O EI suspendeu a extração de petróleo em seis campos que controla em Deir Ezor por medo dos bombardeios americanos, ficando sem uma importante fonte de renda, informaram nesta sexta-feira os moradores da região.
Desde julho, o EI controla a maior parte da província petroleira de Deir Ezor e a maior parte dos campos de petróleo da região, segundo o OSDH, uma ONG com sede no Reino Unido.
O EI produz mais petróleo do que o governo sírio. O ministério do Petróleo sírio estima que os jihadistas extraiam 80.000 barris diários, enquanto a produção governamental caiu até os 17.000 barris diários.