O ex-presidente colombiano, Álvaro Uribe, criticou neste domingo os acordos parciais, revelados nesta semana, no âmbito dos diálogos de paz com as Farc, afirmando que com eles, o governo "claudica" perante a guerrilha e os rebeldes justificam seus crimes.
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Em um comunicado, Uribe, hoje senador, afirmou que a impressão que os textos dão é a do lançamento de "uma plataforma política do terrorismo para justificar seus crimes" perante a "claudicação do governo".
O ex-presidente criticou, especialmente, o ponto sobre a luta contra o narcotráfico e garante que, com o que foi negociado, são deixadas "abertas todas as portas para manter cultivos ilícitos" na Colômbia e proteger os bens das Farc.
Sobre as reformas propostas para o setor agrícola, Uribe diz que são "idênticas" às feitas pelo "castrismo" em Cuba e pelo "chavismo" na Venezuela, "para acabar primeiro com o setor agropecuário e depois com toda iniciativa privada".
O governo de Juan Manuel Santos e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc, comunistas), que celebram negociações de paz em Cuba desde novembro de 2012, publicaram na quarta-feira um documento de 65 páginas onde detalham os avanços conquistados nos três pontos discutidos até agora: reforma agrária, drogas ilícitas e participação política dos guerrilheiros.
As partes disseram que o objetivo com a divulgação do documento é acabar com "especulações sobre o acertado" e dar "uma medida de transparência".
Embora muitos políticos e analistas tenham dado imediatamente as boas-vindas a esta medida, só neste domingo Uribe - ferrenho opositor aos diálogos em Cuba - deu sua posição.
"A complexidade dos planos descritos parece uma antecipação de desculpas para descumprir", assegurou o ex-presidente no comunicado, no qual também informou que seu partido, o Centro Democrático (direita), analisará com mais detalhe os textos dos pré-acordos nas próximas semanas.