A Alemanha celebra nesta quinta-feira em Leipzig (leste) o 25º aniversário de uma manifestação na antiga RDA comunista que fez tremer o Muro de Berlim, um mês antes de sua queda.
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A comemoração reunirá milhares de pessoas, que repetirão o percurso da mega manifestação de 9 de outubro de 1989.
Naquele dia, para surpresa de todos, a polícia da Alemanha Oriental e o exército soviético não interviram para reprimir.
A partir daí, multiplicaram-se as manifestações pacíficas em todo o país, até o anúncio, em 9 de novembro, à noite, que os alemães do leste poderiam viajar para onde quisessem.
"Sem o 9 de outubro, não teria havido o 9 de novembro. A liberdade precedeu a unidade", afirmou nesta quinta-feira o presidente da República, Joachim Gauck, que na época era pastor e ativista dos direitos humanos em Rostock (norte), em uma cerimônia oficial na Gewandhaus, a sala de concertos de Leipzig.
Gauck decidiu comemorar esta manifestação de Leipzig, para a qual convidou seus colegas polonês, tcheco, eslovaco e húngaro. Também participarão os ex-secretários de Estado americanos James Baker e Henry Kissinger.
O presidente fez referência à participação cidadã. "Todos nós somos quem deve decidir se defendemos a democracia", declarou Gauck. "E se olhar além das fronteira da Europa, vemos que os jovens manifestantes da Hong Kong entenderam muito bem".
Uma missa na igreja de São Nicolau de Leipzig recordará o falecido pastor Christian Führer, que a partir de 1982 organizou orações pela paz.
No início, apenas alguns fieis assistiam a essas orações, mas posteriormente havia tantos que já não cabiam dentro da igreja.
Em 9 de outubro, à noite, a determinação dos manifestantes que gritavam "não à violência" e "nós somos o povo" paralisou a temida Stasi (polícia política).
O ambiente era "uma mistura de tensão, medo e também esperança", conta Edgar Dusal, de 54 anos, atualmente pastor em Berlim, ao deixar a igreja de São Nicolau, onde há 25 anos era um dos animadores do movimento.
"O medo deu passagem progressivamente à euforia", resumiu.