Manifestantes curdos enfrentaram a polícia turca em várias cidades do sudeste do país na madrugada desta quinta-feira, denunciando a negativa do governo de Ancara em ajudar os curdos da Síria diante do avanço jihadista, indicaram fontes oficiais locais.
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Apesar do toque de recolher em vigor em seis províncias do sudeste turco, de maioria curda, centenas de manifestantes voltaram a sair às ruas de Diyarbakir, Batman, Van ou Siirt, onde lançaram pedras e projéteis contra os agentes, que responderam com canhões de água e bombas de gás lacrimogêneo.
Incidentes similares ocorreram em outras grandes cidades do país, como Istambul, Ancara ou Mersin, indicou a imprensa turca.
Os distúrbios começaram na noite de segunda-feira, quando o principal partido curdo do país (HDP) convocou manifestações.
Os incidentes foram especialmente violentos na terça-feira, e segundo o último balanço citado nesta quinta-feira pela imprensa local ao menos 22 pessoas morreram. Foram registrados confrontos entre simpatizantes dos rebeldes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) e partidários de movimentos islamitas.
Os curdos turcos protestam pela rejeição do governo de Ancara em ajudar militarmente a cidade curda síria de Kobane, fronteiriça com a Turquia, que está há vários dias cercada pelos jihadistas do Estado Islâmico.
Atualmente, os rebeldes do PKK estão imersos em um processo de paz com o governo turco. Mas advertiram que a queda de Kobane (Ain al-Arab, em árabe) enterrará este processo, iniciado há dois anos para colocar fim ao conflito aberto desde 1984.