O ex-ditador do Haiti Jean-Claude "Baby Doc" Duvalier será enterrado no sábado em uma cerimônia particular e não terá um funeral de Estado, informou nesta quinta-feira seu advogado.
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"Não haverá funeral de Estado. O governo revisou sua decisão. O funeral será organizado pela família", disse à AFP o advogado Reynold George.
Na segunda, o governo havia informado que o Haiti realizaria um funeral de Estado para o"Baby Doc" Duvalier, uma decisão que chocou as vítimas de seu regime.
"Deve ser um funeral de Estado, porque é o que o protocolo exige" para um chefe de Estado, disse à AFP Lucien Jura, porta-voz do presidente Michel Martelly.
A administração Martelly é vista como próxima a figuras da era Duvalier, e o presidente prestou homenagem ao ex-ditador no sábado, dia de sua morte, ao dizer no Twitter que era "um autêntico filho do Haiti".
No entanto, lembrar com honras de Estado o ditador, falecido aos 63 anos de um ataque cardíaco, revoltou a oposição haitiana, que lembrou seu papel e o de seu pai François nos períodos de perseguição sangrenta.
"Em um nível moral, não tem direito a um funeral nacional. Ele foi um ditador que provocou muitos danos ao país", disse o ex-prefeito de Porto Príncipe Evans Paul, antigo opositor de Duvalier.
"Baby Doc" chegou à liderança do Estado em 1971 com 19 anos, após a morte de seu pai, "Papa Doc", e governou com mão de ferro durante 15 anos, antes de ser obrigado a se exilar na França, de onde retornou ao Haiti em 2011.
Estima-se que 30.000 pessoas tenham sido assassinadas durante seu mandato e o de seu pai.