O presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy, ofereceu neste domingo pontes de diálogo à Catalunha, em pleno conflito pela consulta independentista que esta região quer realizar em novembro, apesar da suspensão decretada pela justiça.
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Aproveitando a festa nacional de 12 de outubro, dia da Hispanidade, Rajoy publicou um artigo na nova edição em catalão do jornal El País convocando a "impulsionar o espírito de moderação, mostrar pré-disposição ao entendimento e ser todos capazes de compatibilizar os gestos de generosidade e lealdade".
"Estamos dispostos? O governo, evidentemente, está: queremos dar vigência a estas pontes de diálogo que se sustentam nos pilares da lei", afirmou Rajoy.
Após anos de conflito entre seu executivo e o governo catalão de Artur Mas, a tensão chegou ao nível mais elevado depois da convocação unilateral de uma consulta sobre a secessão para 9 de novembro, contra a qual Rajoy recorreu ao Tribunal Constitucional, que decretou a suspensão cautelar.
Apesar da proibição, o governo catalão, pressionado por seus aliados da esquerda independentista, prossegue com os preparativos da consulta, embora os obstáculos jurídicos façam duvidar sobre sua viabilidade.
Neste domingo, dezenas de milhares de catalães protestaram no centro de Barcelona contra a consulta independentista convocada por Artur Mas, pedindo sua renúncia.
Criando um mar de bandeiras espanholas e catalãs, ambas douradas e vermelhas, 38.000 pessoas, segundo a polícia municipal, deram seu contraponto às grandes manifestações que ns últioms anos exigiram a realização do referendo pela independência, previsto para 9 de novembro.
"Não acredito que a Catalunha deva realizar esta consulta, ela não é necessária. Por isso não irei votar se ela ocorrer, nem mesmo para dizer que não", explicava Rocío Soler, uma estudante de 17 anos com uma bandeira espanhola atada ao pescoço.
"Quero exigir minha liberdade de ser espanhol e catalão ao mesmo tempo. Não podem me privar de nenhuma das duas. Estou farto deste tema", dizia contundentemente Javier Pardo, de 23 anos e recém graduado em direito, enquanto os concentrados na praça da Catalunha gritavam "Mas, renúncia!".