O governo e o exército nigerianos anunciaram nesta sexta-feira (17) um acordo com o grupo islamita Boko Haram para que liberte as mais de 200 estudantes sequestradas em abril.
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"Um acordo de cessar-fogo foi concluído entre o governo federal da Nigéria e Jama'atu Ahlis Sunna Lidda'awati wal-Jihad (Boko Haram)", declarou o chefe do Estado-Maior, o marechal Alex Badeh.
"Eu dei instruções aos chefes do exército para garantir a aplicação das medidas firmadas", acrescentou.
Paralelamente, o primeiro-secretário da presidência, Hassan Tukur, disse à AFP que um acordo havia sido alcançado com o grupo islâmico para acabar com a violência e que prevê a libertação das 219 jovens que ainda estão desaparecidas.
Tukur afirma ter representado o governo nigeriano em duas reuniões com os insurgentes islâmicos no Chade, sob a mediação do presidente do Chade, Idriss Deby.
"Boko Haram declarou um cessar-fogo após negociações", afirmou Tukur, acrescentando que o anúncio foi feito quinta-feira à noite.
"Eles concordaram em libertar as meninas de Chibok", indicou, referindo-se às 219 adolescentes que ainda estão desaparecidas desde o seu sequestro em 14 de abril em sua escola de Chibok, no nordeste da Nigéria.
Alguns manifestaram dúvidas sobre tal acordo, que ocorre no momento em que o presidente nigeriano, Goodluck Jonathan, deve anunciar sua candidatura à reeleição em fevereiro, e onde as questões de segurança estão no centro do debate político.
Também não há informações sobre Danladi Ahmadu, a quem Tukur se refere como interlocutor dentro do Boko Haram, e que deu uma entrevista nesta sexta-feira.
"Eu nunca ouvi falar deste senhor, e se o Boko Haram quisesse declarar um cessar-fogo, isso partiria de seu líder, Abubakar Shekau", considerou Shehu Sani, especialista do Boko Haram que negociou várias vezes com o grupo islâmico ao lado do governo nigeriano.