África

Anistia Internacional acusa Etiópia de perseguir etnia Oromo

Entidade aponta que milhares de pessoas da etnia Oromo foram regularmente sujeitas as prisões arbitrárias, detenções prolongadas sem acusações, desaparecimento forçado, tortura repetida e assassinatos encomendados pelo Estado

Da ABr
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Publicado em 28/10/2014 às 9:49
Foto: ZACHARIAS ABUBEKER / AFP
Entidade aponta que milhares de pessoas da etnia Oromo foram regularmente sujeitas as prisões arbitrárias, detenções prolongadas sem acusações, desaparecimento forçado, tortura repetida e assassinatos encomendados pelo Estado - FOTO: Foto: ZACHARIAS ABUBEKER / AFP
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A Anistia Internacional acusou a Etiópia de ter "perseguido sem misericórdia" e torturado o maior grupo étnico do país por considerar que estão contra o governo. O relatório com mais de 200 entrevistas foi  divulgado nesta terça-feira (28).

No documento, citado pelas agências internacionais, a entidade aponta que milhares de pessoas da etnia Oromo foram regularmente sujeitas as prisões arbitrárias, detenções prolongadas sem acusações, desaparecimento forçado, tortura repetida e assassinatos encomendados pelo Estado. 

De acordo com o relatório, pelo menos 5 mil membros da etnia foram presos, muitas vezes simplesmente por estarem em contato com opositores do governo ou pela hipótese de serem simpatizantes.  O documento cita ainda o desaparecimento de dezenas de opositores e de pessoas suspeitas de serem da oposição.

Os detidos, que fugiram para os países vizinhos e foram entrevistados pela Anistia Internacional, fizeram um relato que inclui espancamentos, choques elétricos, execuções encenadas, queimaduras com metal aquecido e violações – algumas delas em grupo.

O governo da Etiópia não respondeu de imediato à divulgação do relatório, mas tem desvalorizado esse tipo de documento, negando qualquer acusação de tortura ou de detenções arbitrárias.

"A perseguição a dissidentes do Oromo, reais ou imaginários, por parte do governo da Etiópia é avassaladora e, muitas vezes, chocante em sua brutalidade", comentou a investigadora da Anistia Internacional, Claire Beston, acrescentando que estas práticas "são aparentemente levadas a cabo para avisar, controlar ou silenciar todos os sinais de desobediência política na região".

Com 27 milhões de pessoas, a etnia Oromo é a mais populosa da Etiópia. É composta por estados federais e tem sua própria linguagem.

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