O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, declarou nessa segunda-feira (3) que Kiev vai rever os compromissos assumidos no âmbito do plano de paz para o Leste do país que, segundo ele, sofreu “uma violação grosseira” no domingo (2), com a realização das eleições separatistas.
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“Essas pseudoeleições são uma violação grosseira do Protocolo de Minsk, de 5 de setembro”, concluído entre Kiev e os separatistas e que “prevê a realização de eleições locais nos termos das leis ucranianas”, disse Poroshenko num discurso à nação.
“Devemos rever o nosso plano de ação. Já discuti o assunto com o ministro da Defesa”, prosseguiu o chefe de Estado ucraniano, anunciando que convocou para esta terça-feira (4) uma reunião do Conselho de Segurança Nacional e de Defesa.
Uma das questões que serão abordadas é “a supressão da lei sobre o estatuto especial” dos bastiões separatistas, adotada em setembro e que lhes dava uma grande autonomia durante três anos, incluindo a possibilidade de criar “milícias populares” e garantindo a anistia dos combatentes que não tivessem cometido homicídios.
A adoção deste texto foi largamente interpretada como uma “capitulação” das autoridades ucranianas, após uma série de reveses militares perante a ofensiva dos rebeldes apoiados, segundo Kiev, por tropas russas.
“Naquele momento, esta lei desempenhava um papel importante para acabar com a agressão externa e mobilizar o apoio internacional, mostrando as intenções sinceras da Ucrânia para uma redução das tensões em Donbass”, bacia carbonífera que reúne as regiões separatistas de Donetsk e Lugansk, disse Poroshenko.