Um cirurgião que trabalha em Serra Leoa e foi diagnosticado com ebola vai viajar no sábado para os Estados Unidos, onde receberá tratamento, informaram autoridades dos dois países. O doutor Martin Salia será levado para Omaha, onde será internado no Nebraska Medical Center, afirmou à Associated Press o diretor médico de Serra Leoa, doutor Brima Kargbo, nesta sexta-feira. A embaixada norte-americana em Freetown disse que o próprio Salia pagará pelo transporte.
Leia Também
Cidadão de Serra Leoa, Salia, de 44 anos, vive em Maryland e tem residência permanente nos Estados Unidos, segundo uma pessoa que tem conhecimento direto da situação. A pessoa não tinha autorização para divulgar a informação e falou em condição de anonimato.
O médico será o terceiro paciente com ebola no hospital de Omaha e a décima pessoa com a doença a receber tratamento nos Estados Unidos.
Na quinta-feira, o Nebraska Medical Center disse que não tinha confirmação oficial de que receberia outro paciente, mas que uma pessoa infectada com ebola, de Serra Leoa, seria avaliada e possivelmente transportada para o hospital. O paciente deve chegar no sábado à tarde.
Salia é um cirurgião geral que trabalha no Kissy United Methodist Hospital na capital de Serra Leoa, Freetown, segundo a pessoa com informações sobre o caso.
Ele apresentou os sintomas do ebola no dia 6 de novembro, mas os exames deram negativo para o vírus. Ele passou novamente pelos exames na segunda-feira e, desta vez, foi constatada a presença do ebola. O estado de saúde de Salia é estável e ele está num centro de tratamento para a doença em Freetown. Não estava claro se ele esteve envolvido nos cuidados de pacientes infectados pelo vírus.
Serra Leoa é um dos três países do oeste africano mais afetados pela epidemia de ebola neste ano. Outros cinco médicos contraíram a doença no país e todos morreram. A doença matou mais de 5 mil pessoas na África ocidental, principalmente em Serra Leoa, Guiné e Libéria.
O hospital em Omaha é um dos quatro nos Estados Unidos com unidades especializadas de tratamento para pessoas com doenças infecciosas altamente perigosas. Ele foi escolhido pelo paciente porque os trabalhadores das unidades do Emory University Hospital, em Atlanta, e do National Institutes of Health, nas proximidades de Washington, ainda estão no período de 21 dias de monitoramento.