MERCADO

Putin: sanções podem não ter o efeito esperado

O presidente da Rússia, Vladimir Putin,reconheceu que as sanções impuseram perdas à economia russa, mas disse que isso encoraja o país a reduzir a dependência das exportações

Ulysses Gadêlha
Cadastrado por
Ulysses Gadêlha
Publicado em 15/11/2014 às 15:10
MANDEL NGAN / AFP
O presidente da Rússia, Vladimir Putin,reconheceu que as sanções impuseram perdas à economia russa, mas disse que isso encoraja o país a reduzir a dependência das exportações - FOTO: MANDEL NGAN / AFP
Leitura:

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, advertiu que as sanções ocidentais contra o seu país podem não ter o efeito esperado. Em entrevista à rede de televisão alemã ARD neste sábado, quando participava da cúpula do G-20 em Brisbane, na Austrália, Putin disse que cortar o acesso da Rússia aos mercados de capitais prejudicaria as exportações do Ocidente.

"Se os recursos de nossas instituições financeiras forem cortados, elas poderão oferecer menos empréstimos às empresas russas que trabalham com parceiros alemães", afirmou Putin. "Mais cedo ou mais tarde, isso vai começar a afetar a vocês tanto quanto a nós."

Ele também afirmou que as sanções podem prejudicar alguns bancos russos, levando-os a exigir o reembolso de empréstimos multibilionários à Ucrânia. Putin citou a estatal russa Gazprombank, que, segundo ele, concedeu empréstimos no valor de US$ 3,2 bilhões para a Ucrânia, antes de ser prejudicada por sanções ocidentais que a impediram de obter recursos no mercado de capitais.

Putin reconheceu que as sanções impuseram perdas à economia russa, mas disse que isso encoraja o país a reduzir a dependência das exportações de petróleo e gás. "A vida confortável, quando tudo o que precisávamos fazer era produzir mais petróleo e gás, e comprar todo o resto, é uma coisa do passado", afirmou Putin. "Agora precisamos pensar em produzir mercadorias nós mesmos, não só petróleo e gás."

Ele manifestou esperança de que a crise ucraniana terminará e os laços entre a Rússia e o Ocidente serão melhorados. "Queremos ter relações normais com os nossos parceiros, incluindo nos Estados Unidos e na Europa." 

Últimas notícias