Na 21ª reunião do Conselho Ministerial da Organização para Segurança e Cooperação na Europa (Osce), que reúne líderes de mais de 50 países-membros na quinta (4) e sexta-feira (5), na cidade suíça da Basileia, o desafio é encontrar uma solução diplomática para o conflito no Leste da Ucrânia. O presidente em exercício da Osce, ministro das Relações Exteriores da Suíça, Didier Burkhalter, ao resumir os debates do primeiro dia de reunião, disse que esta “é uma das piores crises já enfrentadas na região Euro-Atlântica desde o fim da Guerra Fria”.
Leia Também
“Há uma preocupação generalizada de que a crise na Ucrânia tenha impactos negativos na segurança e na estabilidade da região Euro-Atlântica. As negociações e a troca de informações durante o primeiro dia do Conselho Ministerial demonstraram que há divergências na causa raiz da crise”, enfatizou ele. O ministro observou que os membros da Osce estão convencidos de que não há solução militar para o conflito e que “todos os esforços serão direcionados à resolução da crise por meios diplomáticos e diálogo político”.
Ao chegar no local da reunião, o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Pavlo Klimkin, disse que o governo ucraniano está trabalhando para garantir um cessar-fogo, e que muito mais precisa ser feito. “Precisamos não só de compromissos, ou de palavras, mas de ações concretas. Precisamos que todos trabalhem no cessar-fogo. Todos os dias temos 30 ou 40 casos de bombardeiros por parte dos terroristas. Temos perdas humanas, sofrimento humano, todos os dias”, ressaltou. De acordo com o ministro, uma reunião trilateral com líderes separatistas deve acontecer na próxima semana, para uma nova tentativa de negociação.
Na quinta-feira, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, afirmou que o acordo de cessar-fogo firmado em 5 de setembro, em Minsk, na Bielorrúsia, é a forma correta para resolver o conflito, e que todas as outras formas de negociação sem a participação dos separatistas de Donetsk e Luhansk são inaceitáveis. Mesmo com o acordo de Minsk, que previa a desmilitarização da linha de confronto numa área de 30 quilômetros, a violência continuou. O governo russo é acusado de fornecer as armas, os tanques e soldados para os separatistas.
Manifestantes ucranianos se reuniram ontem no centro da Basileia para pedir ajuda aos líderes do Conselho Ministerial. Eles seguravam cartazes que diziam “Ajudem a Ucrânia” e “Parem a agressão russa”. De acordo com as Nações Unidas, desde o início do conflito entre o Exército ucraniano e grupos separatistas em Donetsk e Luhansk, em abril, mais de 4,3 mil pessoas morreram e quase 10 mil ficaram feridas.