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China aconselha EUA após relatório de tortura na CIA; Coreia critica ONU

Governo chinês disse, no passado, que já realizou tortura e prometeu acabar com a prática, após uma série de casos de condenações injustas devido a confissões extraídas sob tortura

Da Folhapress
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Publicado em 10/12/2014 às 10:25
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A China afirmou nesta quarta-feira (10) que os Estados Unidos precisam "corrigir os seus caminhos", depois que o Senado dos EUA apontou em um relatório que a CIA enganou a Casa Branca sobre a tortura de detentos, agindo de forma mais brutal do que reconhecia oficialmente.

"A China se opõe consistentemente à tortura. Acreditamos que os EUA deveriam refletir sobre isso, corrigir os seus caminhos e respeitar e seguir as regras das convenções internacionais relacionadas", disse a jornalistas o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Hong Lei.

A China, por sua vez, é frequentemente acusada por grupos de direitos humanos de utilizar técnicas de tortura.

O governo chinês disse, no passado, que já realizou tortura e prometeu acabar com a prática, após uma série de casos de condenações injustas devido a confissões extraídas sob tortura.

Na terça-feira (9), o Comitê de Inteligência do Senado dos EUA revelou que, nos anos posteriores aos atentados de 11 de Setembro, a CIA realizou práticas de interrogatório "mais brutais" do que tinha admitido até então e que, além disso, os resultados não foram efetivos.

O estudo, que abrange o período que vai do final de 2001 até o início de 2009, gerou uma grande polêmica ao revelar detalhes sobre as torturas praticadas contra os detidos, como privação de sono, simulação de afogamento e até alimentação retal.

COREIA DO NORTE

A Coreia do Norte se referiu nesta quarta-feira ao relatório sobre as torturas para criticar a "moral ambivalente" da ONU na hora de julgar as violações de direitos humanos do regime de Kim Jong-un.

O Conselho de Segurança da ONU "olha para o outro lado diante das torturas desumanas praticadas pela CIA", afirmou um porta-voz de Pyongyang, em um editorial que condena, mais uma vez, a resolução das Nações Unidas para levar à Justiça internacional os crimes contra a humanidade do regime norte-coreano.

Ao se preocupar com Pyongyang, mas ignorar a questão dos direitos humanos nos EUA, o Conselho de Segurança "demonstra que se transformou em uma ferramenta para as práticas arbitrárias dos americanos", afirma o editorial.

A Assembleia Geral da ONU aprovou uma resolução no mês passado, apresentada por União Europeia e Japão, para levar a Coreia do Norte ao Tribunal Penal Internacional (TPI) pelos abusos cometidos pelo regime comunista.

A resolução, que deverá ser referendada na próxima semana pelo plenário da Assembleia, deve passar pelo Conselho de Segurança, mas teme-se que China e Rússia vetem a proposta.

As violações estão documentadas em um relatório da ONU, divulgado em março, que revelou provas de extermínio, assassinato, escravidão, desaparecimento forçado, execuções sumárias, torturas, violência sexual, abortos induzidos e privação de alimentação, entre outros.

A Coreia do Norte diz que o relatório é fraudulento.

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