Europa

Greve geral na Bélgica contra a austeridade

O movimento de protesto começou no mês passado com uma passeata de 100.00 pessoas em Bruxelas que terminou com mais de 100 agentes de polícia feridos

Da AFP
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Da AFP
Publicado em 15/12/2014 às 9:38
Foto: EMMANUEL DUNAND / AFP
O movimento de protesto começou no mês passado com uma passeata de 100.00 pessoas em Bruxelas que terminou com mais de 100 agentes de polícia feridos - FOTO: Foto: EMMANUEL DUNAND / AFP
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Atualizada às 12h10

Uma greve geral contra as medidas de austeridade do governo conservador belga paralisava nesta segunda-feira o país, do aeroporto de Bruxelas - onde nenhum avião aterrissava ou decolava - aos hospitais, que funcionavam apenas para emergências.

"Nunca houve uma greve tão grande, fruto de uma frente sindical comum, de norte a sul e de leste a oeste" do país, comemorou a secretária-geral do maior sindicato da Bélgica, a central cristã CSC, Marie-Hélène Ska.

Assim como na Itália, que parou na sexta-feira por causa de uma greve geral contra as reformas econômicas e sociais do primeiro-ministro Matteo Renzi, os sindicatos belgas criticam o plano de austeridade do novo governo de Charles Michel, formado no início de outubro, e que prevê uma economia de 11 bilhões de euros em cinco anos.

A coalizão de Charles Michel, integrada pela primeira vez na história do reino pelos nacionalistas flamengos da N-VA, pretende elevar de 65 para 67 anos a idade legal de aposentadoria em 2030.

Nenhum protesto foi organizado, mas várias áreas comerciais e industriais tinham um aspecto de "cidade fantasma".

Nenhum avião, nenhum trem

O setor de transportes era o mais afetado, como era esperado.

Devido à greve dos controladores de voo, nenhum avião decolava ou aterrissava nos aeroportos desde domingo às 22h00 (19h00 de Brasília), o que supõe o cancelamento de 600 voos somente no de Bruxelas.

Os trens pararam de circular na noite de domingo e nenhum Thalys, trem de alta velocidade ou Eurostar (para Londres) está previsto para esta segunda-feira na Bélgica. A navegação comercial em direção e a partir dos grandes portos de Zeebruges e Antuérpia também estava parada.

Os ônibus, bondes e o metrô também não funcionavam em Flandres (norte) e Bruxelas. Na Valônia (sul), apenas alguns ônibus funcionavam.

Houve forte adesão à greve entre os funcionários de escolas, prisões, prédios públicos e dos hospitais, onde foram suspensas consultas e cirurgias sem urgência. Muitos centros comerciais estavam fechados.

Esta greve de 24 horas acontece depois de uma série de greves regionais no país nas últimas três semanas.

Uma "greve política" 

Os sindicatos, que reuniram 120.000 pessoas durante uma manifestação em 6 de novembro em Bruxelas, estão insatisfeitos com os cortes nos serviços públicos, na cultura e no transporte decididos pelo governo, que também deve congelar em 2015 a correção automática dos salários com base na inflação.

O líder da N-VA e prefeito de Antuérpia, Bart De Wever, considerado o homem forte da coalizão, criticou com dureza os sindicatos e denunciou uma "greve política" organizada pelo Partido Socialista através do sindicato  FGTB.

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