O Parlamento japonês reelegeu nesta quarta-feira (24) como primeiro-ministro o conservador Shinzo Abe, que pretende continuar aplicando a mesma política econômica, com o objetivo de devolver o orgulho e a força do Japão.
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Dez dias depois da vitória do Partido Liberal-Democrático (PLD) nas eleições legislativas antecipadas, Abe recebeu 328 votos de 470 deputados na Câmara Baixa e 135 de um total de 240 no Senado.
A votação garantiu pela terceira vez na carreira política de Abe o comando do governo do arquipélago nipônico.
A reeleição de Abe era uma simples questão processual, já que o PLD tem 291 deputados na Câmara e seu aliado Novo Komeito (centro) 35.
Abe, que também conta com maioria no Senado, enfrentou quatro candidatos que não tinham qualquer chance.
O candidato do Partido Democrata do Japão (PDJ) recebeu 73 votos entre os deputados e 61 no Senado.
No dia 14 de dezembro, o PLD de Abe venceu com facilidade as eleições legislativas, que registraram uma taxa de abstenção recorde. A vitória de Abe foi facilitada pelas divisões da oposição.
Shinzo Abe anunciou rapidamente os nomes do ministério. Ele decidiu manter todos os atuais ministros, com exceção do titular da pasta da Defensa, Akinori Eto, que foi substituído por Gen Nakatani, especialista em segurança nacional e luta contra o terrorismo.
Abe será recebido pelo imperador Akihito, que deve validar oficialmente a composição do gabinete.
Com a vitória nas urnas, Shinzo Abe pretende continuar com a política econômica conhecida como "abenomics", aplicada desde dezembro de 2012, data de seu retorno ao poder, após um primeiro mandato (2006/07) que foi um fracasso.
O sucesso inicial da "abenomics", que combina amplitude orçamentária, flexibilidade monetária e reformas estruturais, permitiu uma desvalorização do iene e um aumento moderado da inflação e do crescimento.
Mas nos últimos meses acabaram os efeitos positivos e no terceiro trimestre do ano o Japão entrou novamente em recessão, consequência parcial do aumento do IVA em abril.
O governo deve anunciar no fim de semana um novo plano de recuperação econômica de 3,5 trilhões de ienes (30 bilhões de dólares). "A economia continua sendo prioritária, mas também quero reforçar o papel diplomático do Japão e garantir a segurança", disse durante a campanha.
Abe deseja em particular modificar a Constituição pacifista de 1947, escrita pelos americanos ao fim da Segunda Guerra Mundial e que sofreu uma alteraçã.
Assim como os nacionalistas, Abe considera que a atual Constituição impede que o Japão tenha o status internacional que merece, em particular frente a China.
Abe quer aprovar leis que considera importantes sobre a segurança nacional, em particular sobre a proteção dos segredos de Estado e a defesa coletiva, o que implica que os militares japoneses possam atuar fora das fronteiras nipônicas para ajudar um país aliado.
Preocupado, o governo da China já fez uma advertência ao novo governo.