O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, felicitou Fidel e Raúl Castro pela aproximação entre Cuba e Estados Unidos, mas advertiu que ainda "há um longo caminho" até o fim do embargo sobre a ilha.
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"Muito mais do que uma boa notícia, é a possibilidade certa de que os Estados Unidos reconheçam o direito sagrado que Cuba tem a existir livre e soberanamente", disse Maduro, em uma carta enviada ao presidente cubano, Raúl Castro, sobre a histórica reconciliação entre Washington e Havana, anunciada em 17 de dezembro.
A carta foi divulgada nesta sexta-feira pela imprensa cubana.
Os presidentes Barack Obama e Raúl Castro surpreenderam o mundo ao anunciar o restabelecimento das relações diplomáticas, rompidas em 1961. Alguns analistas acreditam que as dificuldades na Venezuela, principal colaborador de Cuba, incentivaram Havana a buscar uma aproximação com Washington.
"Ainda há um longo caminho a percorrer para que Washington reconheça que já não somos seu quintal, para que acabe o criminoso bloqueio" que pesa sobre a ilha desde 1962, acrescentou Maduro, na carta a Raúl.
Como parte dos acordos, os Estados Unidos soltaram três agentes cubanos presos desde 1998, enquanto Havana libertou um "espião de origem cubana" e o funcionário americano terceirizado Alan Gross. Outros dois agentes cubanos já haviam retornado para Cuba, após cumprirem suas sentenças nos Estados Unidos.
"Celebramos com infinita alegria que se tenha concluído a libertação definitiva dos Cinco Heróis Cubanos. Encerra-se, assim, um dos tantos capítulos da política intervencionista e criminosa dos Estados Unidos", escreveu Maduro.
A Venezuela é o principal aliado político e econômico de Cuba desde a chegada do agora falecido presidente Hugo Chávez ao poder, em 1999. Tanto ele quanto Maduro, que lhe sucedeu após sua morte em 2013, declararam-se como discípulos de Fidel Castro. Em 2006, por questões de saúde, Fidel entregou o poder a seu irmão Raúl.