Polêmica

Depois do Egito, Emirados Árabes também proíbem filme ''Êxodo''

Uma comissão viu uma cópia do filme e concluiu que a produção "tenta transferir informação distorcida de cenas religiosas e históricas"

Da Folhapress
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Publicado em 28/12/2014 às 10:37
Foto: Fox Filmes / Divulgação
Uma comissão viu uma cópia do filme e concluiu que a produção "tenta transferir informação distorcida de cenas religiosas e históricas" - FOTO: Foto: Fox Filmes / Divulgação
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O filme "Êxodo: Deuses e Reis", que narra a vida de Moisés no Egito, também foi proibido nos Emirados Árabes Unidos. Os censores do país suspenderam a exibição porque avaliam que a superprodução de Hollywood dirigida por Ridley Scott "descreve com imprecisão fatos históricos e religiosos".

"Nós descobrimos que há muitos erros, não só sobre o Islã, mas outras religiões também. Então, não vamos liberá-lo nos Emirados Árabes Unidos", afirmou Juma Obeid Al Leem, o diretor de acompanhamento de conteúdo de mídia no Conselho Nacional de Comunicação Social, ao jornal "Gulf News".

Os filmes de certo conteúdo erótico ou religioso são examinados com lupa pela censura dos países árabes. Em geral, projetos que retratam profetas e figuras religiosas são barrados.

No começo deste ano, o longa "Noé" foi proibido em várias partes do mundo árabe.

"Êxodo", que traz Christian Bale como Moisés, também foi proibido no Egito.

O chefe da censura do Egito, Abdel Sattar Fathi, explicou ao jornal "Al Watan" que uma comissão viu uma cópia do filme e concluiu que a produção "tenta transferir informação distorcida de cenas religiosas e históricas".

Fathi lamentou que o filme determine que "os judeus estiveram envolvidos na construção das pirâmides de Guiza como povo eleito por Deus" e que passe a imagem de que os egípcios são "demagogos" e que "torturaram" os seguidores do judaísmo.

Outro dos motivos que levaram à censura é que o filme "mostra o divino através da encarnação de Deus na foto de um bebê" e tenta "manipular" o Corão, segundo Fathi.

"Êxodo" também foi acusado de racismo, por escalar atores brancos para os papeis principais, de personagens egípcios.

"Estou pouco me lixando", disse o diretor Ridley Scott à reportagem. "Há espanhóis, iraquianos e iranianos no elenco. A atriz que faz Nefertari, mulher de Ramsés, é iraniana. O coronel de Moisés é do Iraque. Afinal, qual é a cara de um egípcio? Isso tudo é uma imensa bobagem."

"Êxodo" já arrecadou cerca de US$ 110 milhões (cerca de R$ 295 milhões) no mundo.

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