Centenas de pessoas continuavam bloqueadas neste domingo, em condições meteorológicas muito difíceis, a bordo de um ferry atingido por um incêndio no canal de Otranto, entre Grécia e Itália.
Leia Também
Até o momento não há informações sobre vítimas, mas a operação de resgate parece muito difícil.
O "Norman Atlantic", um ferry de bandeira italiana fretado pela companhia grega Anek para realizar o trajeto Patras-Ancona, havia partido do porto de Peloponeso no sábado por volta das 15h30 GMT (13h30 de Brasília).
Fez escala em Igumenitsa (norte da Grécia) e deveria chegar a Ancona neste domingo às 15h30 GMT (13h30 de Brasília) com 478 pessoas a bordo, 268 das quais são gregas, segundo os números oficiais gregos.
No entanto, por volta das 02h00 GMT deste domingo (00h00 de Brasília), quando estava no canal de Otranto, perto da pequena ilha de Othonoi, lançou um pedido de auxílio devido a um incêndio a bordo, na garagem.
Uma grande operação de salvamento que reúne barcos gregos e italianos e helicópteros continuava às 10h00 GMT (08h00 de Brasília) deste domingo em condições muito difíceis, com ventos de 10 na escala de Beaufort, que tem 12, chuvas torrenciais, granizo e ondas de seis metros de altura.
"Nossos sapatos começaram a derreter"
Cento e cinquenta pessoas conseguiram embarcar em um bote salva-vidas, e outra embarcação, "O Espírito do Pireu", tentava resgatá-las.
As condições meteorológicas permitiram, por volta das 09h30 GMT (07h30 de Brasília), que 35 delas subissem a bordo, indicou à imprensa o ministro do Mar grego, Miltiadis Varvitsiotis.
O barco italiano "Europa", que assumiu a direção das operações de salvamento, tentou, por sua vez, lançar outro bote em direção ao ferry, mas não conseguiu se aproximar o suficiente, indicou o ministro.
Alguns passageiros que conversaram por telefone com os meios de comunicação gregos pareciam menos assustados com o fogo, informando sobre chamas "que diminuem", do que por sua perigosa situação em meio ao mar agitado.
"Todos estamos na ponte, estamos molhados, temos frio, tossimos por causa da fumaça, há mulheres, crianças e idosos", indicou à rede de televisão Mega com uma voz muito cansada um dos passageiros, Giorgos Styliaras.
"Nossos sapatos começaram a derreter na cabine de recepção", declarou ao mesmo canal outro passageiro.
Por volta do meio-dia a Anek ainda não havia reagido. O mesmo acontecia com o proprietário do "Norman Atlantic", a empresa italiana Visemar di Navigazione. Este barco, construído em 2009 e que mede 186 metros de comprimento, pode receber 492 passageiros, segundo sites especializados. Portanto, no momento do acidente estava com sua capacidade quase completa.
Segundo o ministério do Mar grego, sete barcos que navegavam na região tentarão cercar o "Norman Atlantic" para criar uma espécie de muro contra o vento, e era estudada a possibilidade de rebocá-lo.
A marinha italiana enviou ao local três helicópteros, dois rebocadores equipados com dispositivos contra incêndios e quatro patrulheiros. Dois barcos gregos antissinistros também se dirigiram ao ferry.
O primeiro-ministro grego, Antonis Samaras, e seu colega italiano, Matteo Renzi, estão em contato permanente, indicou a porta-voz de Samaras.