O professor e cientista Jean-Pascal van Ypersele, vice-presidente do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), tem uma visão positiva sobre a possibilidade de um acordo climático global em Paris, na 21ª Conferência do Clima (COP 21), no ano que vem. Ele não quis comentar os resultados alcançados em Lima, em dezembro, na COP 20, mas enfatizou que, se houver vontade política, a humanidade ainda tem uma oportunidade para reverter os efeitos das mudanças climáticas.
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Sobre a questão da sustentabilidade, ele disse que o ano foi marcados por fatos marcos positivos e negativos. O negativo, ressaltou ele, é que em 800 mil anos, este foi o primeiro em que se registrou, no Hemisfério Norte, "a triste marca histórica" de 400 partes de dióxido de carbono por milhão de moléculas existentes no ar. Já o positivo, observou Van Ypersele, é o sucesso do IPCC na divulgação do maior relatório em mudanças climáticas já feito, oferecendo aos líderes mundiais uma fonte objetiva e confiável de informação científica, técnica e socioeconômica sobre o tema. “Vamos esperar que, com toda essa inspiração, o ano que vem seja de decisões efetivas.”
Van Ypersele relembrou as conclusões do relatório do IPCC, divulgado em novembro, para enfatizar que a humanidade ainda tem chances de limitar as mudanças climáticas e construir um futuro mais sustentável e melhor. “Vamos esperar que os líderes alcancem um acordo ambicioso, balanceado e inclusivo em 2015. A combinação entre o senso de urgência e as muitas possibilidades de agir, oferecida pelo relatório do IPCC, compõe a base necessária para que medidas sejam tomadas pelas nações”, destacou.
O vice-presidente do IPCC, porém, não deixou de enfatizar o risco que o planeta corre caso os líderes falhem em estabelecer um acordo climático global. “As emissões continuadas de gases de efeito estufa vão ampliar a probabilidade de impactos severos, contínuos e irreversíveis para a humanidade e para os ecossistemas. O que está em questão é a habitabilidade do único planeta que temos”. Ele ressaltou também a necessidade de limitar o aquecimento global a 2 °C, abaixo da temperatura pré-industrial. “É muito mais produtivo para as nações definir um acordo ambicioso e, se necessário, ajudar as populações vulneráveis a se adaptar a ele, do que simplesmente não agir por falta de consenso.”