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Policiais de Los Angeles atiraram pelas costas em jovem negro desarmado

Ford faleceu no dia 11 de agosto, dois dias após Michael Brown, um adolescente negro, ser morto por um policial branco na cidade de Ferguson

Da AFP
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Da AFP
Publicado em 30/12/2014 às 8:33
Foto: MICHAEL B. THOMAS / AFP
Ford faleceu no dia 11 de agosto, dois dias após Michael Brown, um adolescente negro, ser morto por um policial branco na cidade de Ferguson - FOTO: Foto: MICHAEL B. THOMAS / AFP
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A necropsia realizada em um jovem negro desarmado morto em agosto por dois policiais brancos de Los Angeles e divulgada na segunda-feira pelas autoridades mostra que o jovem foi baleado três vezes pelas costas, dois deles fatais.

O relatório forense, ao qual a AFP teve acesso, afirma que Ezell Ford, de 25 anos e que sofria de problemas psicológicos, segundo seus parentes, foi baleado nas costas, no braço e no abdômen.

O jovem tinha vestígios de maconha no corpo, assim como a marca do cano da arma nas costas, o que mostra que recebeu o "disparo a uma distância muito curta".

Ford faleceu em 11 de agosto, dois dias após Michael Brown, um adolescente negro, ser morto por um policial branco na cidade de Ferguson (Missouri), o que deflagrou uma onda de protestos nos Estados Unidos.

Sua família e 40 pessoas protestaram pacificamente no sul da cidade para exigir que os policiais que atiraram no jovem sejam julgados por homicídio.

"Queremos justiça para todos aqueles cuja vida foi arrancada pela polícia", disse à AFP a tia do jovem, Lenay Williams.

James Smith, um amigo da vítima, disse, por sua vez, se sentir muito decepcionado com a atuação das autoridades e confessou ter medo da polícia.

O chefe da polícia de Los Angeles, Charlie Beck, explicou em entrevista coletiva que "o resultado da necropsia não é incoerente com a versão" dos policiais envolvidos, Sharlton Wampler e Antonio Villegas.

Beck destacou que a investigação "segue aberta" e pediu a colaboração de possíveis testemunhas do incidente.

Os policiais afirmam que Ford caminhava de forma suspeita e que parecia "esconder algo entre suas mãos".

Os dois agentes explicam que seguiram o jovem, que correu, mas depois se virou e caiu no chão atracado com um dos policiais, o que levou aos disparos.

A família de Ford, seu advogado e testemunhas citadas pela imprensa negam a versão de que o jovem se atracou com o policial, afirmando que ele não teve qualquer comportamento agressivo durante a abordagem.

Beck destacou que Wampler e Villegas estão afastados do trabalho na rua a espera da decisão do promotor do distrito sobre o incidente.

O advogado dos Ford, Steve Lerman, disse à AFP que a necropsia é "um ato de acusação horrível sobre o uso injustificado da violência".

"Não há testemunhas porque a polícia está intimidando-as", acrescentou Lerman sobre o que parece ser uma execução, levando-se em conta a marca da pistola nas costas do jovem.

A associação de defesa dos direitos das minorias Los Angeles Urban Policy Roundtable pediu que a promotoria denuncie os dois policiais porque a necropsia classificou a morte de Ford como homicídio.

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