Itália

Marinha italiana salva 900 imigrantes de uma tragédia

Corporação conseguiu evitar, assim, uma nova tragédia em alto mar após o incêndio registrado no domingo em um ferry perto da costa da Albânia

Do JC Online
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Publicado em 31/12/2014 às 13:36
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Corporação conseguiu evitar, assim, uma nova tragédia em alto mar após o incêndio registrado no domingo em um ferry perto da costa da Albânia - FOTO: Foto: AFP
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A Marinha italiana resgatou na madrugada desta quarta-feira cerca de 900 imigrantes que viajavam amontoados em um cargueiro à deriva no mar Adriático.

A Marinha Militar conseguiu evitar, assim, uma nova tragédia em alto mar após o incêndio registrado no domingo em um ferry perto da costa da Albânia, que deixou pelo menos 13 mortos.

O "Blue Sky M", um cargueiro com bandeira moldava, chegou às 03H30 locais (00H30 horário de Brasília) desta quarta-feira a Gallipoli (sudeste da Itália), onde as autoridades se encarregaram imediatamente das centenas de imigrantes em situação clandestina, constatou a AFP.

"Evitou-se uma hecatombe, mais de 900 imigrantes resgatados em um barco com o motor desligado que se dirigia para a costa de Apulia (sudeste)", afirmou nesta quarta-feira a guarda costeira italiana no Twitter. "Sem a sua intervenção, o barco, abandonado pela tripulação, iria se chocar contra as rochas", completou. 

Segundo a imprensa italiana, uma mulher grávida prestes a dar à luz estava a bordo da embarcação. Essa informação, contudo, não foi confirmada pelas autoridades, assim como a nacionalidade dos imigrantes. De acordo com a imprensa local, eles seriam em sua maioria sírios. 

A polícia e as autoridades marítimas tentam entender agora por que centenas de pessoas ficaram à deriva no cargueiro. 

Alguns levantam a hipótese de que piratas traficantes de pessoas em situação ilegal tenham abandonado o barco depois de um primeiro alerta dado próximo à costa da Grécia, mas não há nenhuma confirmação nesse sentido.

Não se sabe como a tragédia começou, mas ela parece ter ficado ainda mais dramática na terça-feira, perto da ilha de Corfu, onde, segundo a imprensa grega, o barco enviou um SOS devido à presença a bordo de "homens armados". Alertadas, as autoridades marítimas gregas intervieram e inspecionaram o barco.

Corrida contra o tempo

Uma fragata, um helicóptero da Marinha Militar grega e duas patrulhas da polícia portuária foram enviados ao local. No entanto, depois do que parece ter sido uma inspeção muito superficial, o navio foi autorizado a continuar sua jornada. 

Um porta-voz da polícia portuária grega declarou à AFP que a inspeção não revelou qualquer problema mecânico ou nada de suspeito na embarcação.

Segundo as autoridades, o "Blue Sky M" tinha como destino o porto de Rijeka, no norte da Croácia, mas mudou seu trajeto se dirigindo para a costa italiana.

Foi então que as autoridades italianas intervieram e enviaram um helicóptero e a patrulha da Marinha Militar para controlar o cargueiro.

A Marinha Militar informou em sua conta do Twitter que, de acordo com a guarda costeira, havia 700 imigrantes na embarcação. Depois, as autoridades revisaram em alta o número de imigrantes. 

Descobriu-se ainda que o barco não estava à deriva, mas com o motor desligado em direção à costa. "Começou então uma corrida contra o tempo para evitar o pior", explicou um funcionário da guarda costeira, Filippo Marini.

Os seis homens que embarcaram conseguiram ligar o motor e mudar a direção do barco, que estava a menos de 9 quilômetros da costa.

Algumas horas depois o cargueiro chegou ao cais, no fim de um calvário para quase mil pessoas em situação de clandestinidade.

Este novo episódio do drama da imigração clandestina, que se repete há meses no mar Mediterrâneo, ocorre depois de outra tragédia, a de um ferry cujo incêndio resultou em 13 mortos, incluídos dois marinheiros albaneses que ajudavam no resgate.

As autoridades marítimas italianas, gregas e albanesas executaram no domingo uma enorme operação de salvamento para evacuar o ferry à deriva no mar Adriático.

Na terça-feira em Brindisi, cerca de dezenas de quilômetros ao norte de Gallipoli, dezenas de homens, mulheres e crianças finalmente chegaram a terra, também socorridos pela marinha italiana após quase três dias no mar, expostos ao frio e a fortes chuvas.

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