A suposta recusa do prefeito de um município dos arredores de Paris a enterrar um bebê cigano originário do leste europeu que morreu no dia de Natal causou indignação na França e levou o político a dar explicações.
Leia Também
- Israel implementará medidas mais duras contra a Palestina
- Drones norte-americanos deixam pelo menos 11 mortos no Afeganistão
- Profissional de saúde dos EUA é colocado em observação após exposição ao ebola
- Defesa de gays acusados de "depravação" no Egito denuncia erros no processo
- Policiais homenageiam colega assassinado em Nova Iorque
"Negar-se a enterrar uma criança devido a suas origens é um insulto à sua memória, um insulto ao que é a França", denunciou neste domingo no Twitter o premier socialista Manuel Valls.
O bebê, uma menina chamada Maria Francesca, cujos pais vivem em um acampamento cigano no município de Champlan, morreu de causas naturais na noite de 25 de dezembro, no hospital da localidade vizinha de Corbeil-Essonnes.
A pedido dos pais da criança, a funerária de Corbeil entrou em contato com a prefeitura de Champlan para pedir que o enterro pudesse ser feito no cemitério local, mas o prefeito negou o pedido sem dar explicações, afirmaram várias fontes à AFP.
Neste domingo, Christian Leclerc, prefeito de Champlan, declarou à AFP que, em nenhum momento, fez oposição ao enterro, e afirmou que irá enviar uma mensagem de condolências à família.
Neste fim de semana, Leclerc foi citado pelo jornal "Le Parisien", e atribuiu sua recusa ao fato de que "havia poucos locais disponíveis".
"A prioridade é dos que pagam os impostos locais", assinalou o prefeito, segundo o qual suas declarações foram mal interpretadas pelo jornal.
O bebê será enterrado amanhã, no município próximo de Wissous. O fato gerou polêmica entre as associações de defesa dos direitos humanos e as organizações contra o racismo e de apoio aos ciganos, comunidade que reúne 20 mil pessoas na França.