Repressão

Governo de Bangladesh prende e ameaça líderes opositores

A rede de televisão privada ETV foi obrigada a suspender a transmissão de seus programas pela polícia, que deteve seu dono

Da AFP
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Publicado em 06/01/2015 às 11:37
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O governo de Bangladesh ameaçou nesta terça-feira julgar por assassinato a líder opositora Khaleda Zia, confinada em seu gabinete, e deteve o dono de uma televisão privada, que parou de ser transmitida, após os confrontos entre manifestantes e policiais registrados na véspera.

Zia "terá que se preparar para uma investigação por assassinato", declarou o ministro da Informação, Hanasunl Haq Inu.

Por sua vez, a polícia de Bangladesh deteve o vice-presidente do principal partido da oposição.

Fakhrul Islam Alamgir, secretário-geral do Partido Nacionalista de Bangladesh (BNP), foi detido acusado de incêndio premeditado, bombardeios e vandalismo, disse Shiblee Noman, delegado-adjunto da polícia de Daca.

A rede de televisão privada ETV foi obrigada a suspender a transmissão de seus programas pela polícia, que deteve seu dono.

A medida ocorreu depois que o canal divulgou na segunda-feira um discurso do filho mais velho de Zia, Tarique Rahman, considerado o herdeiro político de sua mãe, que vive exilado em Londres.

Tarique Rahman é alvo dos ataques do governo desde o dia em que declarou que o pai do primeiro-ministro, Sheikh Hasina, considerado herói da independência de Bangladesh, que se separou do Paquistão em 1971, era um fantoche paquistanês.

A polícia disse que as medidas contra a ETV se deviam por ter transmitido imagens pornográficas, acusações negadas pela redação do canal.

Na segunda-feira, o primeiro-ministro acusou Zia, sua eterna rival política, de ter semeado a anarquia no país.

Quatro membros do Partido Nacionalista de Bangladesh (BNP, opositor) morreram na segunda-feira em confrontos com a polícia e partidários do governo.

Zia, que se encontra confinada em seu gabinete, bloqueado pelas forças de segurança, lançou na segunda-feira um chamado a bloquear os transportes para exigir eleições legislativas antecipadas.

As últimas eleições, realizadas há um ano, haviam sido classificada de farsa pela oposição.

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