Atentado

Policiais e militares ocupam Paris após ataque a Charlie Hebdo

Os agressores ''ainda estão em fuga, nosso trabalho é vigiar'' disse um dos policiais

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Publicado em 07/01/2015 às 19:32
MATTHIEU ALEXANDRE / AFP
Os agressores ''ainda estão em fuga, nosso trabalho é vigiar'' disse um dos policiais - FOTO: MATTHIEU ALEXANDRE / AFP
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Soldados armados nas estações de trem, policiais montando guarda diante dos jornais e TVs: Paris é uma capital sob severa vigilância após o ataque ao jornal Charlie Hebdo nesta quarta-feira, que deixou 12 mortos.

No primeiro dia da liquidação de inverno, a segurança foi reforçada no comércio, como nas Galerias Lafayette.

Os agressores "ainda estão em fuga, nosso trabalho é vigiar", explicou um segurança responsável por cerca de seis homens de colete laranja e gorro negro.

"Se estiverem armados, não comprem briga, se escondam", disse o segurança, em referência à extrema violência dos homens que atacaram o jornal com fuzis de assalto.

Um código de duas palavras foi transmitido aos seguranças para alertar sobre "um ataque".

O plano anti-terrorista Vigipirate foi acionado ao nível máximo de "alerta de atentado" na região de Paris nesta quarta, em razão do ataque à sede do Charlie Hebdo que deixou 12 mortos, incluindo oito jornalistas, e 11 feridos, sendo quatro gravemente.

Diante das Galerias Lafayette, dois policiais montam guarda na rua. Os dois vestem coletes a prova de balas e um deles carrega uma arma automática.

Na loja de departamentos Printemps, próxima às Galerias, o chefe da segurança mobilizou seu contingente. "Reforçamos nosso esquema e a ordem é clara: revistar tudo".

Diante do clima de insegurança, os gerentes das lojas do centro de Paris, habitualmente lotadas devido à liquidação de inverno, lamentavam a deserção dos clientes estrangeiros.

"Há quatro vezes menos turistas estrangeiros hoje do que o habitual. Os clientes estão com medo de pegar o metrô e ficaram em casa", disse à AFP Ylhan, que trabalha em uma boutique de luxo na Praça da Ópera.

"Em um país onde há liberdade de expressão, isto choca muito, a todos os que vivem na França. As sirenes tocaram durante todo o dia...", assinalou o gerente de 31 anos.

Um agente da companhia ferroviária, quepe na cabeça, não escondia sua preocupação: "Há muito mais militares do que o habitual e nos pediram para ficar atentos, mas o que vamos fazer? Se acontecer qualquer coisa, espero que não atirem em mim".

"A vigilância nas estações, nos pontos turísticos, nos locais de culto e nos veículos de imprensa foi reforçada", anunciou o ministro do Interior, que convocou policiais e militares para o serviço.

Diante de vários meios de comunicação, como a Agência France-Presse e o jornal Le Monde, policiais armados montavam guarda.

No total, cerca de 500 policiais e gendarmes foram mobilizados para reforçar a segurança na região de Paris.

Em relação às escolas, a orientação é que se mantenha extrema prudência.

No final da tarde, no colégio Hélène Boucher, no leste Paris, um inspetor desceu "para nos dizer para não ficar diante da escola, para irmos para a casa e para evitarmos a formação de grupos nas ruas nas próximas horas", disse Clara Delattre.

As excursões escolares, geralmente realizadas na quarta-feira em Paris, e as demais atividades fora da escola foram suspensas até nova ordem por ordem do ministério francês da Educação.


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