O tribunal do Camboja, apoiado pelas Nações Unidas, recomeçou hoje (8) o julgamento de dois ex-líderes do Khmer Vermelho pelo genocídio de vietnamitas e minorias muçulmanas, além de casamentos forçados e violações, nos anos 1970.
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Nuon Chea, de 88 anos, conhecido como o “irmão número dois”, e o antigo chefe do governo Khieu Samphan, de 83 anos, foram condenados a prisão perpétua, em agosto, por crimes contra a humanidade.
Os dois homens foram os primeiros dirigentes do Khmer Vermelho a serem detidos e responsabilizados por um regime responsável pela morte de pelo menos 2 milhões de cambojanos entre 1975 e 1979.
O recomeço dos trabalhos encerra as tentativas dos dois homens de boicotar o segundo julgamento, no qual enfrentam acusações de genocídio pela morte de muçulmanos do grupo étnico Cham e de vietnamitas, bem como novas acusações de crimes contra a humanidade e crimes de guerra.
O julgamento começou em julho mas tem sido adiado desde outubro, depois de a defesa se recusar a participar das sessões pedindo a desqualificação dos juízes e mais tempo para apresentar documentos.
Por motivos de saúde, Nuon Chea acompanhou a sessão numa cela, enquanto Khieu Samphan esteve presente no tribunal. Ambos negam todas as acusações.