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França se une contra o terror, conta estudante recifense em Paris

População francesa se une para homenagear mortos e se manifestar contra os atentados que ameaçam a liberdade do país

Do JC Online
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Publicado em 09/01/2015 às 12:21
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População francesa se une para homenagear mortos e se manifestar contra os atentados que ameaçam a liberdade do país - FOTO: Foto: AFP
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“O sentimento de resistência supera o de medo na França”, afirma a estudante recifense Mariana Burlamaqui, que mora atualmente em Paris, capital francesa. O país tem sofrido desde desta quarta-feira (7), quando 12 pessoas foram mortas em um massacre no jornal Charlie Hebdo. O atentado é considerado uma tentativa de repreender o periódico que satiriza personagens como Maomé e religiões que reúnem adeptos extremistas. Na quinta-feira (8), um tiroteio em Montrouge, na periferia sul da capital francesa, deixou uma policial morta e um homem gravemente ferido. "Estava em casa quando soube do massacre no jornal. A notícia me deixou assustada e fiquei me sentindo desprotegida", explica a recifense, que já está no país há 6 anos.

Mesmo emocionalmente abalada, a população francesa se une para homenagear mortos e se manifestar contra os atentados que ameaçam a liberdade do país. “Está sendo organizada uma mobilização para o próximo domingo. Todos vão, mesmo sabendo que pode ser perigoso, repetindo a manifestação da quarta-feira. A liberdade de expressão está no francês, é algo que eles conquistaram e não querem perder. O povo está chocado, mas não com medo. Eles vão resistir”, contou Mariana. Na quarta-feira, cerca de cinco mil pessoas se reuniram na praça da República, centro da capital, para homenagear às vítimas do sangrento atentado contra o Charlie Hebdo.

Um forte esquema de policiamento foi montado por todo país, especialmente nos pontos turísticos, que recebem sempre um grande número de visitantes. “Para entrar em qualquer lugar são realizadas revistas, pedem que você abra a bolsa e viaturas passam a todo o momento. Na faculdade onde estudo a entrada só é liberada com a apresentação da carteira de estudante”, explica a brasileira. Entretanto, Mariana conta que as pessoas não deixaram de sair de casa. “Mesmo pode outros casos como este possam ocorrer a qualquer momento novamente, as pessoas estão nas ruas", afirma.

Nesta sexta-feira (9), ao menos duas pessoas foram mortas no tiroteio registrado em um mercado judeu de Paris, onde no mínimo cinco pessoas são mantidas reféns. Segundo uma fonte próxima à investigação, as autoridades suspeitam que o sequestrador seja o mesmo homem que matou uma policial na quinta-feira no sul de Paris.

Em Dammartin-en-Goele, uma cidade a nordeste de Paris, os irmãos Said e Cherif Kouachi, supostos autores do massacre na revista Charlie Hebdo, se entrincheiraram com reféns em uma gráfica após um tiroteio com as forças de segurança.

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