O chefe do MI5 - o serviço de inteligência interna britânico - revelou nesta quinta-feira que grupos extremistas baseados na Síria, incluindo membros da rede Al-Qaeda, planejam "atentados em grande escala" no Ocidente.
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Falando em Londres um dia após o ataque contra o jornal parisiense Charlie Hebdo, o diretor-geral do MI5, Andrew Parker, alertou para o risco de atentados no Ocidente por parte de combatentes de diversos grupos vindos da Síria.
Apesar de a ameaça mais evidente ser o grupo Estado Islâmico (EI), os extremistas ligados ao braço sírio da Al-Qaeda constituem igualmente um risco, declarou Parker.
"Somos diariamente confrontados com complôs muito complexos e cada vez mais ambiciosos (...) da Al-Qaeda e de seus imitadores: tentativas de provocar perdas de vida em massa, por meio de ataques aos meios de transportes ou a objetivos simbólicos".
"Nós sabemos, por exemplo, que um grupo de terroristas da Al-Qaeda na Síria planeja atentados em grande escala contra o Ocidente", revelou Parker.
"Apesar de nós e nossos parceiros fazermos o máximo, sabemos que não será possível deter todos", advertiu o chefe do MI5.
Parker destacou que dentro deste contexto, os serviços antiterroristas estão reforçando a identificação e a vigilância sobre suspeitos.
No final da manhã de quarta-feira, dois homens armados com claro treinamento militar entraram no prédio do jornal satírico Charlie Hebdo, em Paris, disparando a esmo. Na saída, seguiram atirando contra os policiais que chegaram ao local do incidente. No total, 12 pessoas morreram.
Segundo testemunhas citadas pela polícia e imagens gravadas por cinegrafistas amadores, os agressores gritaram "Vingamos o profeta Maomé!" e "Matamos Charlie Hebdo", antes de fugir.
Os dois supostos autores do atentado são os irmãos Cherif e Said Kuachi, de 32 e 34 anos, que integram as listas de suspeitos de terrorismo elaboradas por Estados Unidos e França.
O irmão mais velho, Said, passou "vários meses" treinando com armamento de guerra com um membro da Al-Qaeda no Iêmen em 2011, antes de regressar à França, revelou nesta quinta-feira o jornal The New York Times, que cita um funcionário americano.