Mobilização

Uma pernambucana em Paris: No rosto dos franceses não se vê medo

Historiadora acompanha a Marcha Republicana contra o terrorismo e dá suas impressões

Maria Ferreira
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Maria Ferreira
Publicado em 11/01/2015 às 18:10
Fotos: Maria Ferreira, cortesia
FOTO: Fotos: Maria Ferreira, cortesia
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Paris parou este domingo para uma marcha republicana. Ao contrário do que poderíamos pensar, foi uma marcha muito pacífica, um movimento de todo o povo francês, muito determinado, muito corajoso, manifestação bonita de se ver.

No rosto dos franceses não se vê medo. Em alguns, um sentimento de tristeza, sim, porém, misturado com sorrisos, solidariedade, confiança, estavam seguros e orgulhosos de sua história e de estarem unidos para defender a liberdade de expressão. Foi uma marcha cidadã.

Adultos, homens, mulheres, jovens, crianças participaram em grande número, todos, de alguma forma, homenagearam o semanário Charlie, alvo de atentado terrorista, e todas as vítimas dos extremistas islâmicos, portando broches, lápis, adesivos, bandeiras, cantando o hino nacional francês: La Marseillaise.

Fotos: Maria Ferreira, cortesia
Latino-americanos marcaram presença na marcha da França - Fotos: Maria Ferreira, cortesia
Marcha republicana contra o terrorismo mobilizou milhões de pessoas -
"Sou Charlie e sou judeu", diz o cartaz -
Homenagem a Wolinski, um dos cartunistas mortos no ataque ao semanário -
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Homenagem ao semanário Charlie Hebdo -
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Para mim, quando os franceses dizem “Je suis Charlie”, eles dizem somos livres, a nossa liberdade de expressão não se cala, é a democracia, é a República Francesa. Uma marcha multiétnica, todos são Charlie, todos são judeus, todos são policiais, as palavras mais difundidas eram “Sem medo de ser Charlie, sem medo de ser judeu, sem medo de ser policial”, estamos todos juntos. A França sem judeus, sem islâmicos, sem cristãos, sem ateus não é a França e isso ninguém vai calar. Todas as pessoas de todas as religiões e sem religiões estavam juntas pela liberdade de expressão e contra o extremismo: o terrorismo não tem religião, nem pátria. 

* Maria Ferreira é historiadora, já morou por dois anos e meio em Paris e está na cidade de férias. Ela foi à marcha com amigos franceses e brasileiros.

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