Entre 500 e 600 manifestantes marcharam nesta segunda-feira em Jalalabad, no leste do Afeganistão, e queimaram bandeiras francesas para protestar contra a publicação de uma nova charge de Maomé no jornal satírico Charlie Hebdo.
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O último número do jornal, publicado uma semana depois do atentado no qual os irmãos Kouachi mataram 12 pessoas na sede do jornal em Paris, provocou uma forte reação de protesto em muitos países muçulmanos. Durante a manifestação desta segunda-feira nesta cidade fronteiriça com o Paquistão (onde também ocorreram grandes protestos) foram ouvidos gritos de "morte à França".
Matiulah Ahmadzai, um dos organizadores, pediu que o governo afegão e outros países muçulmanos rompam laços diplomáticos com a França. "Queremos o fechamento da embaixada francesa em Cabul. A França deve se desculpar com os países muçulmanos", disse à AFP.
Abdul Rahman, outro manifestante, carregava uma bandeira com o slogan "Maomé, te amo", enquanto gritava "Não me calarei". As charges de Maomé já provocaram protestos no Afeganistão no ano passado. No sábado, o presidente afegão, Ashraf Ghani, condenou a publicação da nova charge do profeta, classificando-a de irresponsável.
Desde a última quarta-feira, foram registradas manifestações em países como Senegal, Argélia, Paquistão, Palestina, Cáucaso russo ou Níger, onde os protestos deixaram dez mortos e várias igrejas incendiadas e saqueadas. Segundo os responsáveis pela revista, a tiragem deste número especial da Charlie Hebdo chegará aos sete milhões de exemplares.