A líder da extrema-direita francesa, Marine Le Pen, pediu ao governo francês que chame de "islamitas" os autores dos ataques mortais em Paris, em um artigo de opinião publicado no domingo no jornal The New York Times. "Vamos chamar as coisas pelo seu verdadeiro nome, já que o governo francês parece relutante em fazê-lo", escreveu Le Pen no jornal americano.
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"A França, terra de direitos e liberdades, foi atacada em seu próprio território por uma ideologia totalitária: o fundamentalismo islâmico", acrescentou a presidente do partido Frente Nacional. "Os próprios muçulmanos precisam ouvir esta mensagem. Eles precisam distinguir claramente o terrorismo islamita e sua fé", acrescentou.
Marine Le Pen também condenou os erros (da política externa do governo) "que mergulhou a França em uma grave inconsistência geopolítica". "O terrorismo islamita é um câncer para o Islã, e os próprios muçulmanos devem lutar ao nosso lado", disse Le Pen.
Le Pen também pediu ao governo de François Hollande a instauração de controles nas fronteiras nacionais, restrições à imigração, despojar de cidadania francesa os "jihadistas" e "tolerância zero a qualquer comportamento que prejudique o secularismo e o direito francês".
A capital francesa viveu no início deste mês uma série de ataques - que deixaram 17 mortos - que começou com um tiroteio na sede da revista satírica Charlie Hebdo, em que 12 de colaboradores morreram e que foi reivindicado pelo grupo Al-Qaeda no Iêmen. A justiça francesa proibiu no domingo uma manifestação em Paris por considerá-la "islamofóbica", de acordo com a decisão do tribunal.