Londres permitiu agentes da inteligência líbia operar em solo britânico durante o regime de Muammar Kadhafi, o que lhes permitiu intimidar opositores políticos em busca de asilo, informou nesta sexta-feira a imprensa.
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Esta revelação se baseia em uma análise de documentos dos arquivos de Kadhafi recuperados após sua queda em 2011, e lançam luz sobre a cooperação entre a Grã-Bretanha e Líbia, indicaram os jornais britânicos The Guardian e Daily Mail.
Os arquivos estão sendo utilizados em uma queixa judicial apresenta por, ou em nome de, 12 homens de origem líbia que foram detidos e tiveram seus bens congelados pela Grã Bretanha na década de 2000.
Nos processos no Tribunal Superior de Justiça, interpostos contra as agências de espionagem MI5 e MI6, o ministério das Relações Exteriores e o ministério do Interior, os advogados dos homens afirmam que os arquivos provam que eles não deveriam ter sido punidos.
Segundo documentos consultados pela AFP, os homens foram acusados de vínculos com o Grupo Islâmico Líbio de Combate (LIFG), que tentou derrubar Kadhafi e tinha ligações com a Al-Qaeda.
Contudo, os documentos indicam que as provas para sua detenção foram obtidas por meio de tortura de membros do LIFG, e que a Líbia e Grã-Bretanha compartilharam informações sobre dissidentes.