Diplomacia

Obama pede que a Índia ajude na luta contra as mudanças climáticas

Obama se reunirá com Salman, o novo rei da Arábia Saudita, que sucede seu irmão Abdullah, falecido na última sexta-feira

Da AFP
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Publicado em 27/01/2015 às 11:45
Foto: State Department / Public Domain
Obama se reunirá com Salman, o novo rei da Arábia Saudita, que sucede seu irmão Abdullah, falecido na última sexta-feira - FOTO: Foto: State Department / Public Domain
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O presidente americano, Barack Obama, convocou nesta terça-feira a Índia a se envolver totalmente na luta contra as mudanças climáticas, no último dia de uma visita repleta de símbolos na qual prometeu reforçar a cooperação entre os dois países.

"Embora países como os Estados Unidos reduzam suas emissões, se países em crescimento como a Índia - com necessidades energéticas em forte alta - não adotarem energias mais limpas, não teremos nenhuma chance contra as mudanças climáticas", advertiu Obama, antes de partir de Nova Délhi rumo a Riad.

Obama se reunirá com Salman, o novo rei da Arábia Saudita, que sucede seu irmão Abdullah, falecido na última sexta-feira.

Durante três dias na Índia, Obama multiplicou os gestos de cumplicidade com o primeiro-ministro indiano Narendra Modi, considerado durante muitos anos persona non grata nos Estados Unidos.

Mas o presidente americano, em uma clara alusão à China, se mostrou firme em relação a eventuais conflitos marítimos na região.

"Os Estados Unidos são favoráveis a um maior papel da Índia na Ásia Pacífico, onde a liberdade de navegação deve ser mantida e as disputas devem ser solucionadas pacificamente", disse Obama.

Modi, à frente do governo desde maio, mostra-se mais firme que seu antecessor diante da influência chinesa na região.

Os Estados Unidos encaram a Índia como um sócio chave para contrabalançar a influência chinesa.

Em um discurso muito aplaudido diante de 1.500 jovens, Obama insistiu na luta contra as mudanças climáticas.

A Índia é o terceiro emissor mundial de gases com efeito estufa, atrás de China e Estados Unidos, dois países que recentemente assinaram um acordo inédito sobre a redução destas emissões visando a cúpula sobre o clima de Paris no fim do ano.

Já a Índia não adotou até o momento nenhum compromisso e Modi deseja que a contribuição indiana não afete os esforços de desenvolvimento de seu país.

"Índia e Estados Unidos não são simplesmente sócios naturais. Penso que os Estados Unidos podem se converter no melhor sócio da Índia", disse Obama.

"É claro, apenas os indianos podem decidir qual deve ser o papel da Índia no mundo", acrescentou.

"Mas estou aqui porque estou absolutamente convencido de que nossos povos terão mais empregos e oportunidades, nossas nações serão mais seguras e o mundo estará mais seguro se nossas duas democracias fizerem frente comum", disse Obama.

No plano econômico, os vínculos entre os dois países continuam sendo modestos em comparação com os de Estados Unidos e China.

"Nossos intercâmbios comerciais com a Índia são de 100 bilhões de dólares por ano, o que representa uma sensível melhora desde que cheguei ao poder", em 2009, disse Obama.

"Mas com a China alcançamos 560 bilhões anuais", comparou Obama.

A ascensão da Índia também traz suas exigências, particularmente no que diz respeito às mudanças climáticas, disse o presidente americano.

"Ser sócios globais também significa enfrentar o desafio mundial urgente das mudanças climáticas", disse Obama.

A cumplicidade entre Obama e Modi ficou simbolizada pela presença do presidente americano no desfile militar do Dia da República, que comemorou a entrada em vigor da Constituição indiana e o fim da dominação britânica.

No entanto, apesar deste bom entendimento, Modi terá que seguir velando para manter o equilíbrio tradicional da diplomacia indiana entre seu rival chinês, seu aliado histórico russo e seu sócio americano.

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