A confirmação da presença do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em audiência sobre o Irã no Congresso norte-americano, em março, gerou tensões entre os governos dos Estados Unidos e de Israel.
Leia Também
Netanyahu foi convidado pelo presidente da Câmara, o republicano John Boehner, sem que fosse feita nenhuma consulta à Casa Branca -como manda o manual diplomático em casos como esse- e confirmou a viagem a Washington.
O convite foi feito em 21 de janeiro, um dia após o discurso do Estado da União, no qual o presidente Barack Obama afirmou que vetará qualquer tentativa do Congresso de aprovar novas sanções ao Irã enquanto durarem as negociações diplomáticas sobre o programa nuclear do regime de Teerã.
O primeiro-ministro israelense se opõe a essas conversas, argumentando que não é possível confiar no compromisso iraniano de não desenvolver armas nucleares que podem atingir Israel.
Na quarta-feira, um alto funcionário da administração Obama disse, em condição de anonimato, ao "New York Times" que o embaixador de Israel em Washington, Ron Dermer, tem repetidamente colocado os interesses políticos de Netanyahu acima da relação entre os dois países.
Em resposta, Dermer afirmou que Netanyahu "acredita que precisa falar sobre essa questão". "Foi por isso que ele aceitou o convite, não para entrar no debate político dos EUA ou transformar isso em uma questão partidária."
A Casa Branca classificou o convite como uma quebra do protocolo diplomático e anunciou que Obama não se encontrará com o primeiro-ministro israelense durante sua passagem por Washington.
Oficialmente, o motivo seria a política do governo de não encontrar líderes de Estado em datas próximas às eleições em seus países – em Israel, elas acontecerão duas semanas após a visita. O protocolo, porém, já foi quebrado em outras ocasiões.