Os Estados Unidos não fizeram concessões a Cuba em seu movimento de aproximação diplomática com Havana - declarou a subsecretária de Estado para a América Latina, Roberta Jacobson, em testemunho no Congresso, nesta quarta-feira.
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"É crucial entender que realmente não houve concessões por parte do governo (do presidente Barack) Obama", frisou Jacobson, que representa Washington no diálogo com Havana.
"Avançar no estabelecimento de relações diplomáticas não é um presente, ou uma concessão aos governos, é um canal de comunicação", defendeu a subsecretária perante a Comissão de Relações Exteriores da Câmara de Representantes.
Em 17 de dezembro passado, Obama deu um passo histórico, ao mudar a política de meio século de Washington para Cuba. Um mês depois, o presidente também anunciou a suspensão de algumas restrições para viagens e comércio com a ilha.
Há duas semanas, Washington e Havana iniciaram negociações para restabelecer as relações diplomáticas, rompidas desde 1961.
O presidente da Comissão, o republicano Ed Royce, denunciou que as medidas de alívio às viagens e ao comércio são um "salva-vidas", que aumentam o fluxo de dinheiro para o "regime" de Raúl Castro.
Jacobson reiterou que não houve concessões e negou que Washington considere a devolução da base militar de Guantánamo, ou o fechamento das emissoras TV e Rádio Martí, dois temas contenciosos para Havana. Esses dois veículos de comunicação foram criados por lei, em 1983, durante a presidência de Ronald Reagan.
Com a nova política, Roberta Jacobson disse esperar que os Estados Unidos possam agir "de forma mais efetiva" em favor dos direitos humanos e da democracia em Cuba.
Ao ser questionada sobre que tipo de mudança Washington espera do governo cubano, Jacobson afirmou que a expectativa é de "uma mudança em sua conduta em relação a seus cidadãos" no respeito das práticas internacionais de direitos humanos.