Uma das últimas pessoas a conversar com o promotor argentino Alberto Nisman antes de ele aparecer morto, em 18 de janeiro, a deputada Laura Alonso prestou depoimento nesta sexta (6). Ela reforçou as acusações contra Cristina Kirchner em sua suposta tentativa de acobertar a participação de iranianos no atentado à entidade judia Amia, em 1994.
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Alonso é deputada pelo PRO, partido de oposição, e disse à promotora Viviana Fein que conversou à sós com o promotor no dia 14.
Nisman lhe teria dito que a presidente ordenou a operação para tentar encobrir os suspeitos iranianos. A versão do promotor é que, em troca, a Argentina venderia grãos ao Irã e compraria petróleo.
O governo nega que tenha tentado acobertar suspeitos e diz que fez o acordo com o Irã para tentar interrogá-los.
Promotores convocaram uma grande manifestação silenciosa para o próximo dia 18, quando completará um mês da morte de Nisman.
Segundo organizadores, o ato será uma homenagem ao colega morto, não um protesto contra o governo.
"O silêncio significa a paz de que necessitam os investigadores para encontrar a verdade", disse o promotor Guillermo Marijuán, que investigava ameaças contra Nisman.
Promotores, políticos opositores e funcionários da Justiça se queixam da pressão do governo sobre os investigadores, principalmente sobre a promotora Viviana Fein, que apura a morte.
O promotor Carlos Stornelli afirmou que a morte de Nisman é grave e que "pode ser a primeira, mas não será a última", referindo-se à insegurança dos investigadores.
O chefe de gabinete da Casa Rosada, Jorge Capitanich, negou interferência do Executivo na investigação da morte e disse que o Judiciário está tentando transferir para outros Poderes a culpa por não elucidar os casos.