O Afeganistão corre o risco de se tornar um santuário para extremistas islâmicos, no momento em que o Ocidente retira tropas e foca a atenção em outras partes do mundo, alertou um ex-agente da CIA, a agência central de inteligência norte-americana.
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O país pode até tornar-se um abrigo para os jihadistas do Estado Islâmico, que agora travam guerras na Síria e no Iraque, disse Robert Grenier, ex-diretor da representação da CIA em Islamabad e autor de um novo livro. Suas memórias, contadas em 88 Days to Kandahar, mostram a experiência durante as operações para derrubar o regime talibã no Afeganistão em 2001, depois dos ataques de 11 de setembro.
"Diria que o risco de o Afeganistão se tornar um abrigo é maior do que era antes do 11 de setembro", disse Grenier.
Os talibãs afegãos não seriam capazes de rejeitar os seus aliados entre as forças talibãs paquistanesas ou outros extremistas - como o Estado Islâmico - se esses pedissem refúgio, afirmou.
De acordo com Grenier, os talibãs tendem a ter uma visão em preto e branco: "São guiados pelo Islã ou não?", perguntou.
"Não vão virar as costas a pessoas que estão ideologicamente alinhadas com eles, nem a outros países". Grenier também não acredita que virem as costas a terroristas internacionais, se eles voltarem à região em número significativo, com receio do que poderá acontecer se as suas fortunas desaparecerem.