Leste Europeu

Começa cúpula de Minsk sobre conflito na Ucrânia

Vladimir Putin, Petro Poroshenko, François Hollande e Angela Merkel iniciaram a cúpula com uma reunião "reduzida", segundo autoridades francesas e ucranianas

Da AFP
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Publicado em 11/02/2015 às 17:41
Foto: Grigory Dukor / Pool / AFP
Vladimir Putin, Petro Poroshenko, François Hollande e Angela Merkel iniciaram a cúpula com uma reunião "reduzida", segundo autoridades francesas e ucranianas - FOTO: Foto: Grigory Dukor / Pool / AFP
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Os líderes de Rússia, Ucrânia, França e Alemanha iniciaram, em Minsk, uma cúpula para tentar alcançar um acordo de paz na Ucrânia, onde a violência deixou quase 50 mortos nesta quarta-feira. 

Vladimir Putin, Petro Poroshenko, François Hollande e Angela Merkel iniciaram a cúpula com uma reunião "reduzida", segundo autoridades francesas e ucranianas. Os conselheiros dos líderes deverão prosseguir com as negociações.

No início do encontro, Putin e Poroshenko, com o semblante muito sério, apertaram as mãos, rodeados por Merkel e Hollande.

Os presidentes ucraniano e francês e a chefe do governo alemão decidiram reunir-se brevemente antes de se encontrarem com o presidente russo, o qual consideram responsável pelo conflito na Ucrânia.

Neste contexto, Poroshenko advertiu que poderá "introduzir a lei marcial na Ucrânia" se as negociações na capital bielorrussa não conseguirem deter a guerra com os separatistas pró-russos.

A lei marcial implicaria uma grave escalada na crise, liberando recursos militares para a batalha no leste, mas também obrigaria a Ucrânia a dispensar investimentos estrangeiros, entre eles um empréstimo vital proveniente do Fundo Monetário Internacional (FMI).

'Uma só voz'

O dirigente pró-Ocidente afirmou que a Ucrânia, a França e a Alemanha vão falar com uma só voz na cúpula de paz em Minsk e vão pedir um cessar-fogo incondicional. "A prioridade é um cessar-fogo sem condições prévias", insistiu.

Os separatistas pró-russos negociaram nesta terça-feira à tarde na capital bielorrussa com os emissários de Kiev, com a presença de representantes da Rússia e da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE), ainda que não se conheça a natureza exata de suas exigências para por fim ao conflito, que já deixou mais de 5.300 mortos.

A cúpula ocorre no momento em que a violência tem se intensificado na região, com 48 mortos nas últimas 24 horas, entre soldados, rebeldes e civis.

Segundo o emissário da autoproclamada República Popular de Donetsk, Denis Pushilin, "ainda é muito cedo para falar de um cessar-fogo".

Berlim considera um encontro apenas um "raio de esperança", cujo resultado é "incerto", segundo o porta-voz da chanceler alemã, Angela Merkel.

A chefe da diplomacia da UE, Federiga Mogherini, assegurou à AFP em Estrasburgo que a cúpula de Misk desta quarta-feira será "um momento decisivo, para o melhor e para o pior".

Ambas as partes intensificaram os ataques nas últimas semanas e especialmente nos últimos dias, como o objetivo de monopolizar território e chegar em uma posição de força na mesa de negociações.

Foram 48 mortos nas últimas 24 horas no leste do país, incluindo 16 na cidade de Kramatorsk, onde se encontra o Estado Maior do governo ucraniano, e 11 pessoas no bastião rebelde de Donetsk.

Novas propostas, velhos planos

O encontro oferece uma oportunidade única para Vladimir Putin, cuja presença foi confirmada apenas esta manhã pelo Kremlin, para falar e negar qualquer envolvimento da Rússia no conflito ucraniano, que causou a pior crise entre Moscou e o Ocidente desde o fim da Guerra Fria.

Kiev está desesperada para obter de Putin a assinatura do acordo, mas Moscou insiste repetidas vezes que as autoridades ucranianas devem negociar com os rebeldes, não a Rússia.

O plano franco-alemão é baseado em grande parte no acordo assinado pelas partes em setembro, mas que tem sido constantemente ignorado.

Espera-se que, ao menos, alcancem um cessar-fogo, depois de semanas de intensos combates que deixaram centenas de mortos.

De acordo com informações do Departamento de Estado dos Estados Unidos, a nova proposta prevê uma zona desmilitarizada de 50 a 70 km de largura ao longo da linha de frente atual.

Mas a Ucrânia já declarou ser inaceitável a linha de frente atual, uma vez que os separatistas agora ocupam 500 quilômetros quadrados adicionais em relação a setembro.

O outro grande problema é a fronteira russo-ucraniana. A exigência de Kiev de retomar o controle de sua fronteira é inviável para a Rússia.

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