Três senadores americanos favoráveis ao fim do embargo contra Cuba concluíram uma visita à ilha nesta terça-feira, propondo um esforço bipartidário para tentar fazer com que o Congresso suspenda as sanções cotra Havana em vigor desde 1962.
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Ao final de uma viagem na qual se reuniram com o chanceler cubano Bruno Rodríguez e com a encarregada das negociações com os Estados Unidos, Josefina Vidal, os três senadores democratas manifestaram a intenção de promover entre seus pares a necessidade de suspender o embargo comercial e financeiro contra a ilha.
"Penso que há claramente um interesse em Cuba na suspensão do embargo", mas "este assunto está nos Estados Unidos", declarou à imprensa a senadora Amy Klobuchar (Minnesota), principal autora de um projeto de lei para levantar o embargo, apresentado por um grupo de legisladores em 12 de fevereiro.
"Uma das razões pelas quais fizemos esta viagem foi porque podemos voltar e dizer aos nossos colegas o que vimos. Há cada vez mais gente envolvida em negócios no setor privado, razão pela qual existe um espírito empreendedor aqui", disse Klobuchar.
Segundo a senadora, a suspensão do embargo só pode ser fruto de um esforço bipartidário, como seu projeto de lei, que foi apoiado por dois senadores republicanos.
Em 20 de janeiro, o presidente americano, Barack Obama, pediu ao Congresso para eliminar as restrições comerciais a Cuba no âmbito da histórica aproximação entre os dois países, anunciada em 17 de dezembro.
Mas os líderes da maioria republicana nas duas Câmaras do Congresso americano se declararam hostis a esta medida por enquanto.
A senadora Claire McCaskill (do Missouri), que acompanhou Kobuchar e Mark Warner (Virgínia) na viagem a Cuba, avaliou que as oportunidades comerciais poderiam facilitar o processo.
"As pessoas do meu Estado que estão interessadas em fazer negócios com Cuba são, na maioria, republicanas e não democratas", disse.
"São os setores de negócios agrícolas os que poderiam ter mais influência para nos ajudar a tornar este esforço bipartidário mais bem sucedido", acrescentou McCaskill.
Decretado em fevereiro de 1962 e reforçado pela Lei Helms-Burton de 1996, o embargo total às transações econômicas e financeiras com Havana costuma ser denunciado por Cuba como um obstáculo ao desenvolvimento da ilha, que causou prejuízos de mais de 100 bilhões de dólares.
Obama flexibilizou há um mês certos dispositivos (sobre o envio de remessas de dinheiro, viagens e uso de cartões de crédito na ilha), usando seus poderes de presidente, mas as principais restrições continuam vigentes.