Abastecimento

Após 'repor' 2ª cota do volume morto, Cantareira sobe e chega a 10,8%

Com as chuvas desta terça, o manancial já superou em 39,5% a média histórica de fevereiro

Da Folhapress
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Publicado em 25/02/2015 às 11:12
Foto: Sabesp/Divulgação
Com as chuvas desta terça, o manancial já superou em 39,5% a média histórica de fevereiro - FOTO: Foto: Sabesp/Divulgação
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Após recuperar o equivalente à segunda cota do volume morto, o sistema Cantareira continua a avançar e sobe pelo vigésimo dia consecutivo nesta quarta-feira (25). Apenas o reservatório de Alto de Cotia teve redução em sua capacidade.

De acordo com balanço divulgado pela Sabesp, o Cantareira avançou 0,1 percentual e atingiu 10,8% de sua capacidade. Com as chuvas desta terça, o manancial já superou em 39,5% (277,8 mm) a média histórica de fevereiro (199,1 mm). Há um ano, eram 60,7 mm.

O Cantareira abastece 6,2 milhões de pessoas na zona norte e partes das zonas leste, oeste, central e sul da capital paulista -eram cerca de 9 milhões antes da crise. Essa diferença passou a ser atendida por outros sistemas.

UTILIZAÇÃO DO VOLUME MORTO

Desde julho de 2014, em meio à grave crise hídrica, o governo paulista utilizou duas reservas do fundo da represa, conhecidas como volume morto. Esse volume, no Cantareira espalhado em três diferentes represas, é a porção que fica abaixo das tubulações que captam água. E, para ser utilizada, precisa ser bombeada.

A segunda cota do volume morto, de 105 bilhões de litros, começou a ser usada em novembro. Nesta terça, quando o sistema atingiu 10,7% de sua capacidade, o equivalente a ela foi recuperado. Já a primeira cota do volume morto, de 182,5 bilhões, talvez somente possa ser recuperada em um ou dois anos. Isso ocorrerá quando o nível do manancial atingir 29,2%.

A utilização do volume morto, segundo especialistas, pode ser comparada ao uso do cheque especial. Ambientalistas também apontam alguns riscos, como o de extinção de uma reserva técnica do manancial, por exemplo.

A situação ainda é crítica no Cantareira, e o crescimento no nível do manancial tem sido menor nos últimos dias em relação ao registrado no início do mês. Em fevereiro, com as constantes chuvas dos 20 primeiros dias do mês, o Cantareira chegou a subir de um dia para o outro até 0,6 ponto percentual.

ALTO TIETÊ

Já o nível do reservatório Alto Tietê, que também sofre as consequências da seca, opera com 18,3% de sua capacidade, o mesmo índice registrado há três dias.

O sistema abastece 4,5 milhões de pessoas na região leste da capital paulista e Grande São Paulo. No dia 14 de dezembro, o Alto Tietê passou a contar com a adição do volume morto, que gerou um volume adicional de 39,5 milhões de metros cúbicos de água da represa Ponte Nova, em Salesópolis (a 97 km de São Paulo).

DEMAIS RESERVATÓRIOS

O nível da represa de Guarapiranga, que fornece água para 5,2 milhões de pessoas nas zonas sul e sudeste da capital paulista, avançou 1,3 ponto percentual e opera com 58,7% de sua capacidade.

Os reservatórios Rio Grande e Rio Claro, que atendem a 1,5 milhão de pessoas cada um, também avançaram mas de forma modesta: 0,3 e 0,1 percentual, respectivamente. O sistema Rio Grande opera com 83,4% de sua capacidade e o de Rio Claro com 35,5%.

O único a apresentar redução em sua capacidade foi o sistema Alto de Cotia, que opera com 36,4% após queda de 0,3 ponto percentual. O reservatório fornece água para 400 mil pessoas.

A medição da Sabesp é feita diariamente e compreende um período de 24 horas: das 7h às 7h.

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