A ameaça de novo corte no abastecimento de gás da Rússia para a Ucrânia levou a Comissão Europeia a rapidamente agendar uma reunião, em Bruxelas (Bélgica), na próxima segunda-feira (2), com os ministros de Energia dos dois países. A Europa teme as consequências, para todo o continente, de uma interrupção no fornecimento, já que boa parte do gás que importa da Rússia passa pela Ucrânia.
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Ontem (25), o presidente russo Vladimir Putin alertou que se a Ucrânia não fizer o pagamento adiantado do gás, a Rússia cortará o fornecimento, conforme previsto em acordo celebrado em outubro do ano passado. A Ucrânia ainda tem o fornecimento garantido até o fim desta semana.
O executivo-chefe da Naftogaz, companhia estatal de gás da Ucrânia, Andriy Kobolyev, disse hoje (26), em entrevista à imprensa, que a Rússia estava entregando quantia menor do que a contratada. Ele declarou que a Ucrânia tem os recursos para fazer o pagamento adiantado, mas não pode “continuar pagando por algo que não receberá”.
O porta-voz da Gazprom, Sergey Kupriyanov, disse que a companhia russa não pretende cobrar do governo ucraniano o gás que está fornecendo diretamente para as regiões dominadas por forças separatistas, no Leste do país.
A Europa compra à Rússia cerca de 30% do gás que consome. Do total, em torno de 70% passam por gasodutos localizados na Ucrânia.
O acordo celebrado em outubro do ano passado, mediado pela União Europeia, previa que o governo ucraniano fizesse o pagamento, em duas parcelas, de boa parte da dívida de 4,2 bilhões de euros (cerca de R$ 13,4 bilhões) que tinha com a companhia russa Gazprom. Além disso, ficou acertado que novas remessas de gás só seriam garantidas mediante pagamento adiantado, com base em preço pré-definido.