Mark Zuckerberg tomou o palco do Mobile World Congress para dizer que o Facebook não é o monstro que as operadoras de telefonia pintam.
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No principal evento do setor, organizado pelas teles, o fundador da maior rede social do mundo tentou fazer um discurso conciliador.
As reclamações das operadoras se concentram em dois pontos: 1) empresas como o Facebook e o Whatsapp, comprado no passado por Zuckerberg, avançam sobre serviços antes oferecidos por elas e afetam suas receitas; 2) essas mesmas empresas, por outro lado, não ajudam a bancar a expansão da internet e deixam a conta toda no colo das teles.
Zuckerberg defendeu que as coisas não são bem assim, mas ofereceu poucos argumentos para rebater as reclamações das empresas.
Ele reconheceu que expandir a internet custa muito dinheiro e disse que a saída é melhorar a legislação para fazer com que as receitas das operadoras cresçam mais rapidamente. Mas o que exatamente deve ser feito? "Eu não sei, não faço parte dos órgãos de regulação", respondeu.
O americano tampouco acenou com algum argumento novo ao falar dos campos em que sua empresa compete com as teles. "As pessoas amam os nossos serviços. As pessoas não dizem: 'O WhatsApp é ruim, não use isso'."
Zuckerberg chamou as operadoras de "parceiras" --ele quer que as teles invistam na expansão da rede pelo mundo, uma ideia que o Facebook encapsulou num projeto chamado "internet.org".
A seu lado no palco, o norueguês Jon Fredrik Baksaas, presidente da GSMA, a associação das operadoras, colocou o problema em linguagem mais direta: "A questão aqui é: o que nós trazemos e o que o Facebook traz para essa equação? Somos nós que investimos recursos, pagamos impostos e criamos empregos em cada lugar. É preciso buscar uma fórmula financeira."
Zuckeberg concordou que é que preciso "encontrar um caminho lucrativo" paras operadoras, mas apenas arranhou uma possibilidade ao dizer que a rede social ajuda a despertar nos novos usuários de internet o desejo de comprar planos de dados das operadoras. "Nós estamos fazendo nossa parte", afirmou o presidente do Facebook.