A delegação da Unasul enviada a Caracas para tentar amenizar a crise política na Venezuela cobrou nesta sexta-feira (6) do presidente Nicolás Maduro que mantenha o pleito legislativo do segundo semestre.
Leia Também
O apelo visa aplacar especulações de que o governo pode usar as atuais e reiteradas denúncias de conspiração para decretar estado de exceção e suspender a votação.
"É fundamental que se leve a cabo e com final feliz a celebração das próximas eleições na Venezuela. Este é o melhor cenário para enfrentar dificuldades e dirimir controvérsias", disse o secretário-geral da Unasul, Ernesto Samper.
Samper também anunciou que os países-membros da organização concordaram em realizar uma sessão especial para criar redes regionais de apoio para a distribuição de certos produtos básicos para a Venezuela.
"A ideia é que todos os países possam apoiar a distribuição para que cheguem os produtos básicos, sem exceção. Trabalharemos com as autoridades da Venezuela para fortalecer as cadeias de distribuição de nossos países para que reforcem as que existem na Venezuela."
Chanceleres de Brasil, Colômbia e Equador também formam parte da delegação da Unasul, que pediu à oposição que resolva diferenças com o governo de forma "democrática, pacífica e dentro da Constituição."
O recado parecia destinado aos setores mais radicais da direita venezuelana, que rejeitam esperar prazos eleitorais e pregam a renúncia imediata de Maduro como única solução à crise no país.
Representante da ala linha dura da oposição, a deputada cassada Maria Corina Machado anunciou na manhã desta sexta pelo Twitter que não se reuniria com a comitiva da Unasul até a libertação do prefeito metropolitano de Caracas, Antonio Ledezma, preso há duas semanas, e o do ex-prefeito de Chacao Leopoldo López, detido há um ano.
Ledezma e López são acusados de ter orquestrado um golpe de Estado contra Maduro.
Os opositores venezuelanos haviam planejado levar a comitiva da Unasul a visitar os dois políticos na prisão militar de Ramo Verde, mas conforme antecipado pela Folha de S.Paulo, os representantes não sinalizaram intenção de ir ao presídio.